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Médica deportada para o Líbano tinha fotos "simpáticas" ao Hezbollah no celular, dizem os EUA

17 mar 2025 - 17h08
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Autoridades norte-americanas disseram nesta segunda-feira que deportaram uma médica de Rhode Island para o Líbano na semana passada após descobrirem "fotos e vídeos simpáticos" a militantes e ao ex-líder de longa data do Hezbollah na pasta de itens excluídos de seu telefone celular.

Rasha Alawieh também disse aos agentes que, no mês passado, enquanto estava no Líbano, compareceu ao funeral do líder assassinado do Hezbollah, Hassan Nasrallah, a quem ela apoiava sob uma "perspectiva religiosa" como muçulmana xiita.

O Departamento de Justiça dos EUA forneceu esses detalhes ao tentar garantir a um juiz federal de Boston que a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, em inglês) não desobedeceu deliberadamente a uma ordem emitida na sexta-feira que deveria ter impedido a remoção imediata da Dra. Rasha Alawieh.

A cidadã libanesa de 34 anos, portadora de um visto H-1B, foi detida na quinta-feira no Aeroporto Internacional Logan, em Boston, após retornar de uma viagem ao Líbano para visitar a família. Uma prima da médica entrou com uma ação judicial para impedir sua deportação.

Em uma primeira explicação pública, o Departamento de Justiça disse que Alawieh, especialista em rins e professora assistente da Brown University, teve sua reentrada nos Estados Unidos negada com base no que o CBP encontrou em seu telefone e nas declarações dadas por ela durante uma entrevista no aeroporto.

"É uma coisa puramente religiosa", disse ela sobre o funeral, de acordo com uma transcrição da entrevista analisada pela Reuters. "Ele é uma figura muito importante em nossa comunidade. Para mim, não é político."

Os governos ocidentais, inclusive os Estados Unidos, classificam o Hezbollah como um grupo terrorista. O grupo militante libanês faz parte do "Eixo de Resistência", uma aliança de grupos apoiados pelo Irã em todo o Oriente Médio que também inclui o movimento islâmico palestino Hamas, que desencadeou a atual guerra de Gaza ao atacar Israel em 7 de outubro do ano passado.

Com base nessas declarações e na descoberta em seu telefone de fotos de Nasrallah e do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, o Departamento de Justiça disse que o CBP concluiu que "suas verdadeiras intenções nos Estados Unidos não podiam ser determinadas".

"Um visto é um privilégio, não um direito — glorificar e apoiar terroristas que matam americanos é motivo para a emissão de visto ser negada", disse a porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, Tricia McLaughlin, em uma declaração.

Stephanie Marzouk, advogada da prima de Alawieh, Yara Chehab, disse a jornalistas do lado de fora do tribunal nesta segunda-feira que elas vão continuar pressionando para garantir o retorno de Alawieh aos Estados Unidos.

"Não vamos parar de lutar", disse ela.

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