Médico revela que equipe pensou em parar tratamento e deixar o papa Francisco morrer
Sergio Alfieri declarou ainda que o bom-humor do pontífice foi fundamental para a recuperação
O médico do Papa revelou desafios durante a internação de 38 dias, incluindo momentos críticos em que quase desistiram do tratamento, mas destacaram o bom-humor do Papa como essencial para sua recuperação.
Uma declaração do chefe da equipe médica do papa Francisco causou grande comoção nesta terça-feira, 25. Sergio Alfieri, que esteve ao lado do pontífice pelos 38 dias de internação até a alta no último domingo, 23, revelou que os médicos, em determinada altura, pensaram em parar o tratamento e o deixarem morrer, durante o estado crítico da internação.
"Tivemos que escolher entre parar e deixá-lo ir, ou forçá-lo e tentar todos os medicamentos e terapias possíveis, correndo o risco muito alto de danificar outros órgãos. E no final nós tomamos esse caminho. Massimiliano Strappetti disse: 'Tente de tudo, não desista'. Foi o que todos nós pensamos também. E ninguém desistiu", declarou, em entrevista ao jornal italiano Corriere Della Serra.
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Alfieri afirmou que houve um momento que o papa Francisco broncoaspirou --entrada de substâncias estranhas, como alimentos, líquidos ou objetos, para os pulmões-- enquanto tentava fazer uma refeição e que o fato quase o levou a morte. "Foi o segundo momento realmente crítico (...). Posso dizer que duas vezes a situação foi perdida e então aconteceu como um milagre".
Por fim, o bom-humor habitual do papa, de acordo com o médico, foi importante para que ele se recuperasse. "Ele costuma dizer: 'Ainda estou vivo' e, imediatamente, acrescenta: 'Não se esqueça de viver e manter o bom-humor'. Ele tem um corpo cansado, mas a mente é a de um homem de 50 anos".
O Vaticano informou que, dois dias após ter alta, Francisco irá prosseguir com a terapia farmacológica e a fisioterapia, tendo em vista recuperar completamente o uso da respiração e da fala.