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Médicos de Gaza mudam foco de protestos na fronteira para coronavírus

26 mar 2020 - 12h12
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Cerca de dois anos atrás, a fronteira de Gaza com Israel era uma linha de frente mortífera, em que a fumaça preta revolvia em torno de milhares de manifestantes palestinos enquanto eles enfrentavam tropas israelenses disparando munição letal.

Funcionário da OMS visita instalação de quarentena montada em Rafah, cruzamento de fronteira no sul da Faixa de Gaza
26/03/2020 Organização Mundial da Sa;úde nos Territórios Palestinos Ocupados/Divulgação via REUTERS
Funcionário da OMS visita instalação de quarentena montada em Rafah, cruzamento de fronteira no sul da Faixa de Gaza 26/03/2020 Organização Mundial da Sa;úde nos Territórios Palestinos Ocupados/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

A cerca da fronteira está muito mais tranquila agora, pouco antes do aniversário de dois anos da Grande Marcha do Retorno - protestos de palestinos que querem recuperar o acesso a terras, hoje em Israel, das quais seus ancestrais fugiram ou foram forçados a fugir durante a criação do país em 1948 - no dia 30 de março.

Com a disseminação do coronavírus altamente contagioso, organizadores e facções militante palestinas estão debatendo se cancelam ou reduzem os eventos para marcar a data.

Seja qual for a decisão, as instalações médicas de Gaza já desviaram a atenção das baixas dos protestos para a pandemia.

Com nove casos de coronavírus já confirmados na Faixa de Gaza, hospitais que antes ficavam sobrecarregados de vítimas de tiros e amputações agora se preparam para um desafio muito diferente no enclave litorâneo densamente povoado por 2 milhões de palestinos, muitos morando em campos de refugiados.

Um novo centro de quarentena foi montado em Rafah, perto da divisa com o Egito, e as barracas de 42 metros quadrados doadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que serviram outrora como Pontos de Estabilização de Traumatismos na fronteira foram transferidas para lidar com a nova ameaça.

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