Médicos de Gaza mudam foco de protestos na fronteira para coronavírus
Cerca de dois anos atrás, a fronteira de Gaza com Israel era uma linha de frente mortífera, em que a fumaça preta revolvia em torno de milhares de manifestantes palestinos enquanto eles enfrentavam tropas israelenses disparando munição letal.
A cerca da fronteira está muito mais tranquila agora, pouco antes do aniversário de dois anos da Grande Marcha do Retorno - protestos de palestinos que querem recuperar o acesso a terras, hoje em Israel, das quais seus ancestrais fugiram ou foram forçados a fugir durante a criação do país em 1948 - no dia 30 de março.
Com a disseminação do coronavírus altamente contagioso, organizadores e facções militante palestinas estão debatendo se cancelam ou reduzem os eventos para marcar a data.
Seja qual for a decisão, as instalações médicas de Gaza já desviaram a atenção das baixas dos protestos para a pandemia.
Com nove casos de coronavírus já confirmados na Faixa de Gaza, hospitais que antes ficavam sobrecarregados de vítimas de tiros e amputações agora se preparam para um desafio muito diferente no enclave litorâneo densamente povoado por 2 milhões de palestinos, muitos morando em campos de refugiados.
Um novo centro de quarentena foi montado em Rafah, perto da divisa com o Egito, e as barracas de 42 metros quadrados doadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que serviram outrora como Pontos de Estabilização de Traumatismos na fronteira foram transferidas para lidar com a nova ameaça.