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Menina é resgatada após passar 2 dias à deriva no Mediterrâneo

Criança sobreviveu graças a câmara de ar e colete salva-vidas

11 dez 2024 - 11h34
(atualizado às 12h16)
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Uma menina de 11 anos foi encontrada sozinha à deriva no Mar Mediterrâneo após ter sobrevivido ao naufrágio de um barco que levava mais de 40 migrantes.

    Originária de Serra Leoa, na África Ocidental, a criança conseguiu se manter flutuando graças a duas câmaras de ar para pneus e a um colete salva-vidas e chegou a enfrentar tempestades com ondas de até quatro metros de altura, de acordo com a ONG alemã Compass Collective.

    Um veleiro da entidade humanitária encontrou a menina gritando no mar por volta de 3h20 da madrugada (horário local) desta quarta-feira (11), enquanto navegava pela região para socorrer outros migrantes, e a levou para a ilha italiana de Lampedusa, porta de entrada para deslocados internacionais na Europa.

    "Foi um milagre ter ouvido a voz da menina em alto mar, com o motor de nossa embarcação ligado", disse o capitão do veleiro, Matthias Wiedenlubbert, que calcula que ela tenha passado pelo menos dois dias na água.

Câmaras de ar foram essenciais para manter criança flutuando no mar

    O barco em que a serra-leonina viajava partira de Sfax, na Tunísia, com cerca de 45 pessoas a bordo, porém naufragou devido a uma tempestade, segundo o relato feito pela criança aos socorristas.

    Ao desembarcar em Lampedusa, ilha que fica mais perto da costa tunisiana do que da Península Itálica, ela foi submetida a exames em um ambulatório, mas passa bem, apesar do trauma.

    "Fui encontrá-la no ambulatório, e ela estava tranquila, esperava vê-la muito mais assustada. Mas ela estava apenas muito, muito cansada", disse à ANSA Francesca Saccomandi, voluntária da ONG Mediterranean Hope, projeto de assistência a refugiados financiado por igrejas evangélicas italianas.

    "Deixei com ela um pequeno kit que damos às crianças que chegam na ilha: uma mochila com um álbum de colorir e lápis", acrescentou a ativista. A serra-leonina também relatou aos médicos que viajava com um irmão, que está desaparecido.

    A Itália enviou barcos de patrulha e aeronaves para investigar a área onde a menina foi encontrada, que fica em uma das rotas migratórias mais mortais do mundo.

    Segundo o Ministério do Interior, 64 mil migrantes forçados desembarcaram na costa italiana em 2024, uma queda de 58% em relação ao mesmo período do ano passado. Já de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 1.536 pessoas morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia do Mediterrâneo Central neste ano, contra 2.526 de 2023 inteiro. .

Ansa - Brasil
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