Menina é resgatada após passar 2 dias à deriva no Mediterrâneo
Criança sobreviveu graças a câmara de ar e colete salva-vidas
Uma menina de 11 anos foi encontrada sozinha à deriva no Mar Mediterrâneo após ter sobrevivido ao naufrágio de um barco que levava mais de 40 migrantes.
Originária de Serra Leoa, na África Ocidental, a criança conseguiu se manter flutuando graças a duas câmaras de ar para pneus e a um colete salva-vidas e chegou a enfrentar tempestades com ondas de até quatro metros de altura, de acordo com a ONG alemã Compass Collective.
Um veleiro da entidade humanitária encontrou a menina gritando no mar por volta de 3h20 da madrugada (horário local) desta quarta-feira (11), enquanto navegava pela região para socorrer outros migrantes, e a levou para a ilha italiana de Lampedusa, porta de entrada para deslocados internacionais na Europa.
"Foi um milagre ter ouvido a voz da menina em alto mar, com o motor de nossa embarcação ligado", disse o capitão do veleiro, Matthias Wiedenlubbert, que calcula que ela tenha passado pelo menos dois dias na água.
Câmaras de ar foram essenciais para manter criança flutuando no marO barco em que a serra-leonina viajava partira de Sfax, na Tunísia, com cerca de 45 pessoas a bordo, porém naufragou devido a uma tempestade, segundo o relato feito pela criança aos socorristas.
Ao desembarcar em Lampedusa, ilha que fica mais perto da costa tunisiana do que da Península Itálica, ela foi submetida a exames em um ambulatório, mas passa bem, apesar do trauma.
"Fui encontrá-la no ambulatório, e ela estava tranquila, esperava vê-la muito mais assustada. Mas ela estava apenas muito, muito cansada", disse à ANSA Francesca Saccomandi, voluntária da ONG Mediterranean Hope, projeto de assistência a refugiados financiado por igrejas evangélicas italianas.
"Deixei com ela um pequeno kit que damos às crianças que chegam na ilha: uma mochila com um álbum de colorir e lápis", acrescentou a ativista. A serra-leonina também relatou aos médicos que viajava com um irmão, que está desaparecido.
A Itália enviou barcos de patrulha e aeronaves para investigar a área onde a menina foi encontrada, que fica em uma das rotas migratórias mais mortais do mundo.
Segundo o Ministério do Interior, 64 mil migrantes forçados desembarcaram na costa italiana em 2024, uma queda de 58% em relação ao mesmo período do ano passado. Já de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), pelo menos 1.536 pessoas morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia do Mediterrâneo Central neste ano, contra 2.526 de 2023 inteiro. .