Mesmo se for condenado, Trump pode governar os EUA em prisão domiciliar
Ex-presidente também poderia, se eleito, conceder perdão aos próprios crimes
Mesmo que seja condenado, Trump poderá concorrer às eleições, governar os EUA em prisão domiciliar e até mesmo perdoar seus próprios crimes. A convocação para comparecer ao tribunal nesta quinta-feira, 3, coloca o ex-presidente em um dos maiores constrangimentos institucionais da história dos Estados Unidos.
As acusações contra Trump, que incluem tentar reverter o resultado das eleições de 2020, representam um marco na democracia americana, sendo ele o primeiro ex-presidente a enfrentar acusações criminais no país. Além do caso dos documentos secretos retirados da Casa Branca, ele também responde por quatro outros crimes: conspiração contra o país, conspiração para desrespeitar direitos civis, conspiração para tentar obstruir um procedimento oficial e obstrução de um procedimento oficial, relacionado ao reconhecimento das eleições no processo.
Em entrevista ao podcast O Assunto, apresentado por Natuza Nery, a correspondente da TV Globo em Nova York Carolina Cimenti explicou os impactos das acusações para a complexa corrida eleitoral nos Estados Unidos, que começa no ano que vem, e é repleto de eventos e atividades importantes que ocorreriam simultaneamente aos julgamentos.
Apesar das possíveis condenações, a carreira política de Trump não está necessariamente ameaçada. Ele poderá concorrer às eleições mesmo que esteja preso, podendo inclusive assumir a presidência em prisão domiciliar.
A peculiaridade do sistema americano permite que o presidente perdoe qualquer pessoa de qualquer crime, incluindo a si próprio. "Se ele não for eleito presidente, ele pode simplesmente ir atrasando essa decisão até chegar à Suprema Corte e tenha mais chances de ser perdoado.... Teoricamente, ele teria a maioria dos juízes conservadores", disse a jornalista.