Milionário Jeffrey Epstein é encontrado morto em sua cela
Corpo foi encontrado na cela onde Epstein estava preso em Manhattan, após milionário ser acusado de criar uma rede para abuso de menores
Acusado de abuso de menores, o milionário americano Jeffrey Epstein foi encontrado morto neste sábado (10/08) na cela onde estava preso em Manhattan.
A mídia americana anunciou que o magnata financeiro cometeu suicídio na sexta-feira. Em fins de julho, Epstein, de 66 anos, já havia sido encontrado em sua cela com marcas no pescoço após uma aparente tentativa de suicídio.
No início de julho, o Ministério Público de Nova York acusou o milionário de criar uma rede para abusar de meninas em suas mansões nos estados de Nova York e da Flórida entre 2002 e 2005.
No documento, a acusação afirmou que Epstein "explorou sexualmente e abusou de meninas menores de idade em suas casas em Manhattan [Nova York] e Palm Beach [Flórida], entre outros lugares, durante muitos anos", além de alegar que, após cometer os atos, pagava às vítimas "centenas de dólares".
Além disso, Epstein foi acusado de "criar uma ampla rede de vítimas menores de idade para explorá-las sexualmente" - ele teria pagado algumas garotas para recrutar outras meninas com cerca de 14 anos que seriam vítimas de abusos similares.
Os promotores afirmaram que as evidências contra Epstein incluíam centenas ou mesmo milhares de fotografias obscenas de jovens mulheres ou meninas, que foram descobertas numa operação de busca em sua mansão em Nova York.
O empresário de 66 anos havia sido acusado de abusar de dezenas de garotas há mais de uma década, mas conseguiu evitar acusações federais formais mediante a um polêmico acordo extrajudicial no qual admitiu ter solicitado serviços de prostituição.
Em 2008, Epstein chegou a um acordo com a promotoria do sul da Flórida para pôr fim a uma investigação que poderia lhe render uma condenação à prisão perpétua. Ele se declarou culpado de acusações menores, foi condenado a 13 meses de prisão e chegou a um acordo financeiro com as vítimas.
O acordo foi supervisionado pelo então promotor de Miami, Alexander Acosta, ex-secretário de Trabalho do governo de Donald Trump e que renunciou por sua ligação com o milionário. Na época, ele defendeu esse tratamento como "apropriado" por conta das circunstâncias, especialmente com "muitas das vítimas relutantes a testemunhar".
O caso mudou depois que, em fevereiro, um juiz da Flórida decidiu que a Promotoria estadual violou a lei ao ocultar o acordo, que afetava mais de 30 mulheres que o denunciaram por terem sido vítimas de abusos sexuais quando eram menores de idade.
O procurador-geral do Distrito Sul de Nova York, Geoffrey Berman, afirmou que o acordo selado na Flórida que poupou Epstein de uma pesada sentença de prisão há uma década é compulsório apenas para promotores federais na Flórida, e não para autoridades em Nova York.
Epstein manteve laços de amizade com figuras influentes ao longo dos anos, como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, o príncipe Andrew, do Reino Unido, que chegou a ser acusado por vítimas de ter participado do esquema de abuso sexual de Epstein, além de Trump.