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Ministério da Saúde do Congo diz que há 773 corpos em necrotérios de hospitais em Goma

1 fev 2025 - 13h22
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Havia 773 corpos em necrotérios de hospitais na cidade de Goma, no leste do Congo, e nos seus arredores, em 30 de janeiro, após a ofensiva desta semana dos rebeldes do M23, apoiados por Ruanda, disse o Ministério da Saúde da República Democrática do Congo neste sábado.

Os necrotérios estão lotados e mais corpos jazem nas ruas, de acordo com a pasta, que também informa que 2.880 feridos foram registrados entre 26 e 30 de janeiro.

Na terça-feira, rebeldes do M23 liderados pelos tutsis tomaram Goma, a maior cidade do leste do Congo e a capital da província de Kivu do Norte, que abriga lucrativas minas de ouro, coltan e estanho.

Em seguida, dirigiram-se a Bukavu, em Kivu do Sul, mas parecem ter sido detidos na última sexta-feira por tropas congolesas apoiadas pelo exército de Burundi.

Bem treinado e profissionalmente armado, o M23 é o mais recente em uma longa lista de movimentos rebeldes apoiados por Ruanda que surgiram nas voláteis fronteiras orientais do Congo após duas guerras sucessivas decorrentes do genocídio de 1994 em Ruanda.

A última escalada do conflito intensificou uma crise humanitária de longa data que levou centenas de milhares de pessoas a buscar abrigo em Goma após fugir dos combates entre o M23 e as tropas congolesas.

Milhares de outras pessoas chegaram à cidade neste mês, à medida que os rebeldes avançavam.

Organizações humanitárias tiveram dificuldades para operar durante os dias de combates pesados em torno da captura de Goma, apoiando hospitais sobrecarregados e fornecendo ajuda em meio a saques generalizados de seus armazéns e fogo cruzado que também afetou sua própria equipe.

O Médicos Sem Fronteiras disse na sexta-feira que tinha apenas um pequeno estoque de remédios e que havia parado de ajudar as pessoas nos campos de deslocados. O Programa Mundial de Alimentos afirmou que havia retirado sua equipe e suspendido as atividades.

Há escassez de suprimentos médicos, ambulâncias e sacos para cadáveres, segundo o Ministério da Saúde do Congo, e as preocupações com a segurança ainda limitam o acesso a partes da cidade.

DESLOCADOS VOLTAM PARA CASA

A vida cotidiana estava sendo provisoriamente retomada em Goma neste sábado, após intensos combates que levaram a violações dos direitos humanos, como execuções sumárias, bombardeio de campos de deslocados, relatos de estupro coletivo e outras violências sexuais, de acordo com a ONU.

O M23 tem se empenhado em mostrar que pode restaurar a ordem e governar. A energia elétrica e a água, cortadas por dias, foram parcialmente restauradas, e os moradores foram informados de que as aulas seriam retomadas e que os deslocados poderiam voltar para casa.

Os mercados foram reabertos, embora os alimentos continuassem escassos, com muitas barracas vazias. Um cliente disse que a internet móvel ainda estava inoperante.

AVANÇO DOS REBELDES DO M23 É INTERROMPIDO

Os combates pareciam ter sido interrompidos neste sábado.

O líder da sociedade civil local, Justin Mulindangabo, disse que o Exército do Congo havia retomado os vilarejos de Mukwija, Shanje, Numbi e Nyamasasa e outras localidades no território de Kalehe, a meio caminho entre Goma e Bukavu.

Mulindangabo, que mora em Kavumu, uma cidade a 35 km ao norte de Bukavu, disse que os moradores de lá estavam retomando a vida cotidiana.

Outra fonte da sociedade civil disse que não houve combates em Kalehe na manhã deste sábado. Uma autoridade local disse que o Exército havia reforçado sua posição em Kalehe e retomado várias aldeias, incluindo Mukwija, embora os combates continuassem em outros lugares.

O Exército do Congo não respondeu a um pedido de comentário neste sábado.

Burundi, que faz fronteira com Ruanda e com o Congo, tem reforçado as forças congolesas em Kivu do Sul e em outros lugares.

Na sexta-feira, o presidente do Burundi, Evariste Ndayishimiye, advertiu que retaliaria qualquer invasão ruandesa em seu país e a "generalização" do conflito.

O ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, disse neste sábado que era o Burundi que estava tentando derrubar seu governo em Kigali.

A mais recente escalada do conflito provocou críticas internacionais a Ruanda e repetidos pedidos de cessar-fogo.

Ruanda há muito nega o apoio ao M23 e diz que está se defendendo. O Congo nega as alegações e acusa Ruanda de usar o M23 para saquear minerais valiosos.

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