Ministério Público acusa cidadão português de matar e desmembrar namorado brasileiro
Crime aconteceu em abril deste ano, em Lisboa; suspeito decidiu matar vítima após ser xingado por não ajudá-lo financeiramente
O Ministério Público de Portugal (MP) acusou formalmente por homicídio qualificado e profanação de cadáver o cidadão português suspeito de matar e desmembrar o corpo do namorado brasileiro. A denúncia foi concluída em 24 de outubro, mas a informação foi divulgada pela mídia portuguesa apenas nesta sexta-feira, 10. O caso aconteceu em abril deste ano, em Cadaval, Lisboa.
Segundo o jornal Correio da Manhã, o suspeito e a vítima, Valdene Mendes, de 48 anos, se conheciam desde 2007, quando ele ajudou Valdene com seu processo de legalização no país. Desde então, eles mantiveram um relacionamento amoroso.
Por estar em uma "situação financeira difícil", a vítima pedia dinheiro com frequência ao suspeito. De acordo com o jornal, o dinheiro serviria para pagar a pensão alimentícia das filhas, prestações de veículo e despesas. Segundo o suspeito, Valdene ameaçava terminar a relação, caso ele não o ajudasse.
Considerando as pressões da vítima, o autor do crime "foi se convencendo cada vez mais" de que o namorado estava com ele apenas para ter benefícios financeiros, e passou a desconfiar e controlar os movimentos da vítima, segundo a acusação.
Em 26 de abril, o português se recusou a ajudar a vítima, o que fez com que Valdene começasse a humilhá-lo com ofensas verbais. Segundo o Ministério Público, na noite seguinte, após refletir sobre matar o companheiro, o homem se muniu com uma marreta e, enquanto a vítima dormia, desferiu pelo menos três golpes em sua cabeça.
Ainda de acordo com a instituição, os golpes causaram hemorragia cerebral em Valdene, que morreu. O suspeito esquartejou a vítima e o colocou em sacos plásticos, segundo o Ministério Público, para se desfazer do corpo com mais facilidade.
Na madrugada do dia 28, o suspeito atirou os sacos em diversos locais da região. Após voltar para casa, se desfez do colchão e limpou o lugar, para tentar esconder possíveis provas do crime.
Em 2 de maio, populares descobriram um dos sacos com partes do corpo do brasileiro e acionaram a polícia. A existência de tatuagens no corpo, sendo uma com a bandeira do Brasil, ajudou a identificar a vítima.
Três dias depois a Polícia Judiciária (PJ) deteve o português e segue em prisão preventiva aguardando julgamento. De acordo com o MP, o suspeito agiu "com total desprezo pela vida". Para a acusação, as pressões e expressões feitas pela vítima não eram motivo que justificasse o ato.