Ministra italiana cogita extensão do ensino a distância
Governo já pensa em alternativas para o próximo ano letivo
A ministra da Educação da Itália, Lucia Azzolina, cogitou a hipótese de iniciar o próximo ano letivo no país, em setembro, com aulas a distância por causa da pandemia do novo coronavírus.
Em participação neste domingo (5) no programa "Che tempo che fa", da emissora Rai, Azzolina foi questionada se o governo já tem um plano para o caso de a emergência sanitária se estender até o segundo semestre.
"É um dos cenários que estamos avaliando. Penso no problema das classes superlotadas, nas quais é difícil manter um metro de distância. Com a equipe do ministério, vamos trabalhar com todos os cenários", disse.
Azzolina voltou a garantir que o atual ano letivo não será perdido graças ao ensino a distância. "E já estamos preparando o início do próximo", acrescentou. Já a oposição criticou a ministra por ela ter se pronunciado sobre um assunto que ainda não está decidido.
"Azzolina não exclui o fechamento das escolas até o verão e o ensino a distância em setembro. Por favor, alguém diga à ministra da Educação que fique quieta. Fale apenas quando os decretos forem escritos", disse o deputado de centro-direita Maurizio Lupi.
"Pergunto-me como é possível pensar em uma escola sem socialização, sem salas de aula, ginásios, música. As salas poderiam ser ampliadas, criando espaços mais arejados e postos de trabalho na construção. Basta ter vontade de fazer novas escolas", declarou a deputada de extrema direita Monica Ciaburro.
Outro problema é o acesso à tecnologia. De acordo com uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (6) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat), 14,3% das famílias italianas com pelo menos um menor de idade não têm computador ou tablet em casa, índice que chega a 21,4% no sul do país.