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Ministro linha-dura israelense Ben-Gvir provoca irritação com pedido de oração em Jerusalém

13 ago 2024 - 15h41
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O ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, disse nesta terça-feira que os judeus deveriam ter permissão para orar no complexo da mesquita de Al-Aqsa, conhecida pelos judeus como Monte do Templo, um novo desafio às regras de um dos locais mais sensíveis do Oriente Médio.

Ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, no complexo da mesquita de Al-Aqsa, conhecido pelos judeus como Monte do Templo, em imagem obtida de vídeo
13/08/2024
Temple Mount Administration/Divulgação via REUTERS
Ministro da Segurança de Israel, Itamar Ben-Gvir, no complexo da mesquita de Al-Aqsa, conhecido pelos judeus como Monte do Templo, em imagem obtida de vídeo 13/08/2024 Temple Mount Administration/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou rapidamente que haverá qualquer mudança nas regras que proíbem os judeus de rezar no local, sagrado tanto para muçulmanos quanto para judeus, e emitiu uma repreensão a Ben-Gvir, chefe de um dos partidos religiosos nacionalistas da coalizão governista.

"Não há política particular de nenhum ministro sobre o Monte do Templo -- nem do ministro da Segurança Nacional nem de qualquer outro ministro", disse o gabinete de Netanyahu em um comunicado.

O desentendimento com Ben-Gvir foi a segunda vez nesta semana que Netanyahu entrou em conflito com um de seus ministros seniores, depois de uma forte repreensão emitida ao ministro da Defesa, Yoav Gallant, na segunda-feira sobre os objetivos da guerra de Gaza.

Os comentários de Ben-Gvir, durante uma visita ao complexo para marcar o dia judaico de luto pela destruição dos templos antigos, ocorrem em um momento especialmente delicado, com a guerra em Gaza correndo o risco de se transformar em um conflito mais amplo, que pode atrair o Irã e seus representantes regionais.

O complexo de Al-Aqsa, reverenciado pelos judeus como um vestígio de seus dois antigos templos, é administrado por uma fundação religiosa jordaniana e, de acordo com regras que datam de décadas atrás, os judeus têm permissão para visitá-lo, mas não podem rezar nele.

"Nossa política é permitir a oração", disse Ben-Gvir ao passar por uma fila de visitantes judeus que se prostravam no chão, enquanto outros cantavam e batiam palmas em comemoração. A Waqf, a fundação que administra o local, disse que cerca de 2.250 judeus entraram no local nesta terça-feira.

O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas denunciou a visita de Ben-Gvir como uma "provocação" e pediu aos Estados Unidos que intervenham "se quiserem evitar que a região exploda de forma incontrolável".

O Departamento de Estado dos EUA disse que Washington está firmemente comprometido com o status quo dos acordos nos locais sagrados de Jerusalém e que qualquer ação unilateral seria inaceitável.

Ben-Gvir entrou em conflito repetidas vezes com outros ministros por causa de seus pedidos para permitir a oração no complexo, o que ajudou a desencadear repetidos conflitos com palestinos ao longo dos anos, incluindo uma guerra de 10 dias com o Hamas em 2021.

Moshe Gafni, chefe do Judaísmo Unido da Torá, um dos partidos religiosos do governo, criticou a visita de Ben-Gvir ao complexo, que muitos judeus ortodoxos acreditam ser um lugar sagrado demais para os judeus entrarem.

"O dano que isso causa ao povo judeu é insuportável, e também causa ódio infundado no dia da destruição do Templo", disse, em um comunicado.

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