Ministros da Otan discutem fundo militar de 100 bi de euros para Ucrânia
Os ministros das Relações Exteriores dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reuniram nesta quarta-feira para discutir como estabelecer o apoio militar à Ucrânia no longo prazo, incluindo uma proposta para um fundo de 100 bilhões de euros por cinco anos e um plano visto como uma forma de ajuda "à prova de Trump" para Kiev.
As propostas do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, forneceriam à aliança militar ocidental um papel mais direto na coordenação do fornecimento de armas, munições e equipamentos para a Ucrânia, que luta contra a invasão da Rússia, segundo diplomatas.
Os planos serão discutidos durante uma reunião de dois dias em Bruxelas, que celebrará o 75º aniversário da fundação da aliança e preparará a cúpula de julho entre líderes dos membros em Washington.
"Precisamos mudar a dinâmica de nosso apoio", disse Stoltenberg ao chegar à reunião em Bruxelas.
"Devemos garantir uma assistência de segurança confiável e previsível para a Ucrânia a longo prazo, de modo que dependamos menos de contribuições voluntárias e mais dos compromissos da Otan. Menos em ofertas de curto prazo e mais em compromissos plurianuais."
Ele se recusou a confirmar os níveis de financiamento e disse que o objetivo é que uma decisão seja tomada na cúpula de julho.
De acordo com os planos, a Otan assumiria parte do trabalho de coordenação de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, conhecida como grupo Ramstein - uma medida projetada em parte para se proteger contra qualquer corte no apoio norte-americano caso Donald Trump retorne à Casa Branca, disseram diplomatas.
Até agora, a Otan, como organização, tem se concentrado na ajuda não letal à Ucrânia por temer que um papel mais direto possa desencadear uma escalada das tensões com a Rússia. Seus membros têm fornecido bilhões de dólares em armas de forma bilateral.
Diplomatas disseram que há uma opinião crescente dentro da Otan de que é hora de colocar a ajuda militar à Ucrânia em uma base mais sustentável e que a aliança está em melhor posição para fazer isso.
Mas eles disseram que não está claro se o valor de 100 bilhões de euros seria aceito ou como seria financiado. As decisões da Otan exigem consenso entre seus 32 membros.