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Morador da Flórida é preso em inquérito sobre bombas enviadas a críticos de Trump

26 out 2018 - 20h26
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Agentes do FBI prenderam um morador do Estado norte-americano da Flórida suspeito de ter enviado mais de uma dúzia de pacotes-bomba a críticos destacados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dias antes das eleições parlamentares.

Janela de van de suspeito preso na Flórida
 6/4/2018    REUTERS/Geo Rodriguez
Janela de van de suspeito preso na Flórida 6/4/2018 REUTERS/Geo Rodriguez
Foto: Reuters

Agentes do FBI usaram DNA e impressão digital para identificar Cesar Sayoc, que foi acusado de cinco crimes, incluindo ameaças contra ex-presidentes, e pode pegar até 48 anos de prisão se for considerado culpado, disse o secretário de Justiça, Jeff Sessions, em entrevista coletiva.

"Não vamos tolerar essa ilegalidade, especialmente a violência política", declarou Sessions.

Os agentes que levaram Sayoc sob custódia em Plantation, cidade próxima de Fort Lauderdale, também apreenderam uma van branca repleta de adesivos pró-Trump, o slogan "A CNN FEDE" e imagens de figuras democratas com miras vermelhas nos rostos.

    Uma fonte das forças de segurança federais disse que a van pertence a Sayoc. Duas testemunhas disseram à Reuters que ouviram uma detonação alta quando ele foi detido no estacionamento de uma loja AutoZone.

Ao anunciar a prisão feita pelo FBI a uma plateia entusiasmada na Casa Branca, Trump disse que tais "atos aterrorizantes" são desprezíveis e não têm vez nos EUA.

"Jamais devemos permitir que a violência política se enraíze na América - não podemos deixar que aconteça", disse ele. "E estou comprometido a fazer tudo em meu poder, como presidente, para impedi-lo, e impedi-lo já".

    De acordo com registros públicos, Sayoc é um republicano registrado e foi preso várias vezes ao longo dos anos, uma delas acusado de fazer uma ameaça de bomba.

Ninguém assumiu responsabilidade pelos pacotes-bomba enviados ao ex-presidente Barack Obama e outros, o que as autoridades descreveram como um ato de terrorismo. O episódio ocorreu a menos de uma quinzena de eleições parlamentares que podem alterar o equilíbrio de poder em Washington.

    Mais quatro pacotes suspeitos foram encontrados nesta sexta-feira, segundo autoridades e reportagens, elevando o total para 14. Nenhum dos artefatos detonou e não há relatos de ferimentos.

    Entre os destinatários dos pacotes descobertos nesta sexta-feira estão Cory Booker, senador norte-americano de Nova Jersey, James Clapper, ex-diretor da Inteligência Nacional, Kamala Harris, senadora democrata da Califórnia, e Tom Steyer, um doador democrata.

    Horas depois de uma autoridade das forças da lei federais dizer que o foco da investigação na Flórida havia se intensificado, a polícia fechou ruas ao redor do estacionamento da loja AutoZone de Plantation onde Sayoc foi preso, e helicópteros sobrevoavam o local.

    Todas as pessoas visadas são difamadas frequentemente por críticos de direita. Os pacotes descobertos mais cedo nesta semana foram endereçados a Obama, Joe Biden (seu ex-vice), Hillary Clinton (ex-secretária de Estado e candidata presidencial), George Soros (bilionário doador do Partido Democrata), Eric Holder (ex-secretário de Justiça), John Brennan (ex-diretor da CIA), Maxine Waters (deputada da Califórnia), e o ator Robert De Niro.

    Os críticos de Trump disseram que a retórica incendiária do presidente contra os democratas e a imprensa criou um clima de violência de motivação política.

    "Se não determos esta obsessão política, este fervor, rancor, ódio, vocês verão isto mais e mais vezes", disse o governador de Nova York, Andrew Cuomo, à rede MSNBC.

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