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Movimento pede eleição de mulher para presidente da Itália

Parlamento escolherá novo chefe de Estado em janeiro

3 jan 2022 - 13h00
(atualizado às 13h21)
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Dezenas de personalidades da Itália assinaram um manifesto pedindo para os partidos políticos elegerem pela primeira vez uma mulher como presidente da República.

Decoração externa no Palácio do Quirinale, sede da Presidência da Itália, no Dia da Mulher em 2021
Decoração externa no Palácio do Quirinale, sede da Presidência da Itália, no Dia da Mulher em 2021
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O atual dono do cargo, Sergio Mattarella, conclui seu mandato de sete anos no dia 3 de fevereiro, e o Parlamento será convocado em janeiro para escolher um substituto - na Itália, o chefe de Estado é eleito por deputados, senadores e delegados das 20 regiões do país.

Até o momento, no entanto, o mais cotado para ocupar a Presidência é o premiê Mario Draghi, o que colocaria a Itália no caminho de eleições antecipadas, já que dificilmente outro chefe de governo conseguiria manter unida uma coalizão tão heterogênea, que vai da esquerda à extrema direita.

O manifesto é assinado por dezenas de mulheres, como a cantora Fiorella Mannoia, as escritoras Dacia Maraini e Edith Bruck, a dramaturga Michela Murgia e a cineasta Liliana Cavani, e se dirige "às forças políticas chamadas a votar para o próximo presidente da República".

"Existem na Itália mulheres que por títulos, méritos, experiência e equilíbrio podem muito bem representar a nação no nível máximo. Não é esse o lugar para elencar nomes, mas muitas mulheres obtiveram estima, confiança e admiração em cargos públicos, e nos recusamos a pensar que essas mulheres não tenham o carisma, a competência, as capacidades e a respeitabilidade para expressar a mais alta forma de reconhecimento", diz o apelo.

Segundo as signatárias, "não existem razões aceitáveis para adiar mais uma vez essa escolha". "Acreditamos que chegou o momento de dar concretude àquela ideia de paridade de gênero, tão compartilhada e apoiada pelas forças mais democráticas e progressistas do nosso país. Fala-se de democracia de gênero, mas, sob este ponto de vista, a Itália é uma democracia amplamente incompleta", acrescenta o texto.

O país nunca teve uma mulher como presidente da República nem como premiê, e também são raras aquelas em posição de liderança nos partidos.

Entre as mulheres cotadas para uma possível candidatura a chefe de Estado estão a ex-ministra das Relações Exteriores Emma Bonino, 73, a atual ministra da Justiça e ex-presidente da Corte Constitucional, Marta Cartabia, 58, e a mandatária do Senado, Elisabetta Casellati, 75.

Ansa - Brasil
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