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Muçulmanos celebram o primeiro dia da Festa do Sacrifício

4 out 2014 - 21h07
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Os muçulmanos celebraram neste sábado o primeiro dia da Festa do Sacrifício, na qual milhões de carneiros e bezerros foram degolados para lembrar como Abraão, segundo a tradição muçulmana, sacrificou seu filho Ismael por amor a Alá.

Com exceção de alguns países, como Marrocos e Argélia, que começarão a festa amanhã uma vez que as festividades muçulmanas se regem pelo calendário lunar, a também conhecida como Festa do Cordeiro, ou Eid al-Adha, chegou hoje às ruas e casas do mundo muçulmano.

No Egito, a capital Cairo amanheceu enfeitada por luzes e adornos que povoavam praças como a de Mustafa Mahmoud, no rico bairro de Mohandisin.

Milhares de fiéis iniciaram a festividade no começo da manhã com a oração do Eid, em frente da mesquita que tem o mesmo nome da praça.

No modesto bairro do Cairo Islâmico, os moradores aclamaram a chegada do açougueiro, que, ajudado por vários jovens, degolou um bezerro com vários golpes.

Com o animal ainda dando seus últimos suspiros, as crianças que presenciavam a cena se aproximaram para manchar as mãos com o sangue que saía a borbotões, como símbolo de boa sorte.

Depois, os adultos começaram a tirar a pele do bezerro e prepará-lo para que mais tarde as mulheres, sentadas na primeira fila, preparassem as vísceras e a carne.

"Distribuo a carne para nós, os parentes e os pobres", disse Walid Abdulaziz, um comerciante de 42 anos proprietário do bezerro.

Os menos favorecidos não podem comprar um carneiro, que custa cerca de US$ 300, e se veem obrigados a andar pelos açougues e casas pedindo um terço da carne que, por tradição egípcia, é destinada à esmola.

Mais complicada que no Egito é a situação em áreas de conflito, como Líbia, Síria e Iraque.

No entanto, na capital líbia, Trípoli, reinou a calma, sobretudo pelo deslocamento de muitos moradores da cidade a suas localidades natais para celebrar a festa em família.

Na Síria, o presidente Bashar al Assad compareceu à cerimônia na mesquita de Nuaman Ben Nachir, em uma de suas poucas aparições públicas, em Damasco, que continua relativamente afastada do conflito que assola o país.

A ofensiva do grupo jihadista Estado Islâmico continua também no Iraque, o que empanou a festa de seus cidadãos sunitas, que já a celebram hoje, e xiitas, que começaram amanhã.

"Não sinto que seja uma festa porque meu primo morreu anteontem e estamos muito tristes. Espero que o novo governo iraquiano possa reconstruir as forças para que nos protejam dos malvados", disse Ahmed Absi, 45 anos.

EFE   
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