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'Muito tarde', diz líder de protestos em Hong Kong

4 set 2019 - 08h26
(atualizado às 08h38)
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A governadora de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta quarta-feira (4) a "retirada total" de um projeto de lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, estopim de uma onda de protestos que já dura três meses.

Protesto pró-democracia em Hong Kong
Protesto pró-democracia em Hong Kong
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A medida estava suspensa desde 15 de junho, mas os manifestantes exigiam que o governo a engavetasse de forma definitiva. Grupos de direitos humanos alegavam que a lei serviria para perseguir dissidentes políticos em Hong Kong e violar sua independência judiciária, expondo cidadãos do território ao sistema jurídico da China.

A retirada da proposta foi anunciada por Carrie Lam, que é apoiada por Pequim, em uma mensagem em vídeo transmitida pela televisão. Essa, no entanto, é apenas uma das cinco exigências dos manifestantes, que também cobram a renúncia da governadora, sufrágio universal para eleger seu substituto, a criação de um inquérito independente sobre os abusos da polícia e a retirada das acusações contra pessoas presas durante os protestos.

"Em relação às cinco exigências dos manifestantes, já anunciei a suspensão da proposta de lei e esclareci que ela está morta. O procedimento foi totalmente retirado", disse Lam.

Ex-colônia britânica, Hong Kong foi entregue pelo Reino Unido à China em 1997, com o princípio de "um país, dois sistemas", e possui um status semiautônomo. A onda de protestos remete à "Revolução dos Guarda-Chuvas", que, em 2014, manteve o centro do território ocupado por 79 dias para pedir uma democracia plena.

Pequim, por sua vez, acusa "atores externos" de encorajarem as manifestações para desestabilizar Hong Kong. Em seu perfil no Twitter, Joshua Wong, um dos líderes da "Revolução dos Guarda-Chuvas", disse que a resposta de Lam é "muito pouco" e chegou "muito tarde".

"Pedimos que o mundo continue alerta e não se deixe enganar pelos governos de Hong Kong e Pequim", acrescentou.

Ansa - Brasil
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