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Mulher britânica morre e corpo é encontrado só três anos depois em apartamento

Laura Winham sofria de esquisofrenia e havia recusado contato com sua família porque pensava que eles estavam tentando prejudicá-la. Seus irmãos acusam os serviços de saúde e assistência social de negligência.

28 jan 2023 - 08h51
(atualizado às 10h28)
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Laura Winham tinha esquizofrenia e não queria ter contato com a família
Laura Winham tinha esquizofrenia e não queria ter contato com a família
Foto: Hudgell Solicitors / BBC News Brasil

O cadáver de uma mulher britânica que sofria de doença mental foi encontrado em seu apartamento após ela passar três anos e meio morta no local.

A família de Laura Winham, de 38 anos, afirmou que ela foi "abandonada e deixada para morrer" pelo NHS, a rede de saúde pública do Reino Unido, e pelos serviços de assistência social.

Seus familiares disseram que estes profissionais perderam diversas chances de salvá-la ao negligenciar seu bem-estar antes de sua morte e ao não realizar visitas de rotina que poderiam ter levado à descoberta de seu corpo.

A família disse que não pôde ter nenhum contato com Laura por causa das leis de privacidade britânicas depois de a mulher, que sofria de esquizofrenia, se recusar a manter contato com seus parentes por acreditar que eles estavam tentando prejudicá-la.

Um de seus irmãos, Roy, afirmou que os familiares de Laura não conseguiram obter informações sobre ela nem tiveram sucesso nas repetidas tentativas de contatá-la e que encontraram seu corpo após olhar pela fresta de entrega de correspondências da porta de seu apartamento em Woking, no nordeste da Inglaterra.

O corpo de Laura foi descoberto em maio de 2021, mas acredita-se que ela tenha morrido em novembro de 2017. O caso está sendo investigado pela Justiça britânica.

Sem contato

Seus irmãos disseram que Laura cresceu em uma família amorosa e frequentou a escola e a universidade, mas desenvolveu problemas de saúde mental e não voltou para casa depois que foi internada pela primeira vez.

A família decidiu limitar o contato, porque isso a colocava sob "enorme estresse", mas acreditava que ela estaria sob os cuidados profissionais. No entanto, eles não conseguiram nenhuma informação a respeito dela por causa das leis de privacidade.

"Ela proibiu o contato entre a equipe de saúde mental e sua família, e isso impediu os médicos de falar conosco", disse sua irmã Nicky.

O corpo de Laura foi descoberto por seu irmão no primeiro andar deste prédio
O corpo de Laura foi descoberto por seu irmão no primeiro andar deste prédio
Foto: Hudgell Solicitors / BBC News Brasil

A família de Laura continuou a enviar cartas, mensagens de texto e cartões. Quando seu pai adoeceu, seus parentes intensificaram as tentativas de contato. Depois que ele morreu, continuaram a ligar para o apartamento dela.

Em sua última visita, eles estavam saindo quando Roy decidiu dar uma nova olhada. "Quando olhei pela caixa de correio, parecia que havia cobertores, mas, quando olhei para baixo, pensei ter visto um pé", disse ele.

"Havia um moletom que ela usava, que eu pensei que estava junto com cobertores e outras coisas. Foi aí que eu consegui olhar por outro ângulo, e deu para ver o rosto, o corpo."

Ele disse: "Algo me fez voltar a subir as escadas naquele dia, mas infelizmente o que vi me perseguiu por muito tempo."

Publicado originalmente em - https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64340289

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