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Mundo

Mulher negra é morta a tiros por policial dentro de casa nos EUA

Câmeras de segurança corporais registraram o momento do crime; Sonya Massey, de 36 anos, tinha ligado para o 911 pedindo socorro

24 jul 2024 - 19h05
(atualizado em 26/7/2024 às 10h32)
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Uma mulher negra, identificada como Sonya Massey, de 36 anos, foi morta a tiros por um policial em Illinois, nos Estados Unidos. Nas imagens das câmeras de segurança corporais dos policiais, divulgadas na última segunda-feira, 22, a vítima aparece desarmada e segurando uma panela com água quente antes de ser atingida pelos tiros. 

O caso aconteceu no início deste mês e chocou o país. A vítima tinha ligado para o 911 para pedir socorro, pois acreditava que havia um “invasor” em sua casa. O vídeo de 36 minutos mostra dois policiais na casa de Massey um pouco depois da meia-noite.

Os dois conversam de forma tranquila com a mulher até que ela vai ao fogão para desligar o fogo de uma panela de água fervente. Ela volta em direção à dupla com a panela em mãos, causando preocupação em um dos policiais, identificado como Sean Grayson, de 30 anos, que dá um passo para trás e diz: “[Fique] longe com essa água fervente”. 

Em resposta, ela o repreende: “Em nome de Jesus”. O policial estranha a resposta e, após ela repetir o gesto uma segunda vez, ele a ameaça. “É melhor você não fazer, p*rra, senão eu juro por Deus que vou atirar na p*rra da sua cara”, diz Grayson sacando a arma e apontando para ela. 

“Sinto muito”, diz a mulher erguendo a panela. Os dois, então, gritam para ela abaixar a panela, e três disparos são ouvidos. Após alguns segundos de silêncio, um dos policiais avisa que tiros foram disparados. 

É possível ouvir Grayson dizer que não iria levar água fervente na cabeça. “Veio direto para os nossos pés também”, comenta. Pouco depois dos disparos, o policial conversa com outro dizendo que “ela tinha água fervente” e que tinha ido direto em direção a ele. 

“Ela disse que iria me repreender em nome de Jesus e veio até mim com a água fervendo”, diz no vídeo. 

Grayson diz ainda ao parceiro: “Você pode pegar [o kit médico], mas é um tiro na cabeça. Não há nada que você possa fazer, cara”. Porém, ao observar que a mulher ainda estava respirando, ele diz que também pegaria seu kit. “Podemos, pelo menos, tentar parar o sangramento”, informa o outro policial. 

O policial foi demitido e indiciado na Justiça por três acusações de homicídio em primeiro grau e uma de agressão agravada com arma de fogo e má conduta policial. Ele se disse inocente, mas teve sua liberdade pré-julgamento negada, de acordo com informações da CNN. Combinadas as penas, os crimes podem gerar mais de 40 anos de prisão.

Em uma entrevista coletiva na segunda-feira, 22, o advogado da família de Sonya Massey ligou o caso a outros de violência policial contra pessoas negras no país. “Até que tenhamos justiça para Sonya Massey, repreendemos esse sistema de justiça criminal discriminatório em nome de Jesus”, disse Ben Crump. 

“Ela precisava de uma mão amiga, não de uma bala no rosto”, defende. 

O policial foi demitido e indiciado na Justiça por três acusações de homicídio em primeiro grau e uma de agressão agravada com arma de fogo e má conduta policial
O policial foi demitido e indiciado na Justiça por três acusações de homicídio em primeiro grau e uma de agressão agravada com arma de fogo e má conduta policial
Foto: Reprodução/Reuters

Autoridades repudiam crime

Após a divulgação do crime, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que ele e a primeira-dama, Jill, estariam orando pela família de Sonya, "enquanto enfrentam essa perda impensável e sem sentido". 

“Quando pedimos ajuda, todos nós, como americanos, independentemente de quem somos ou onde vivemos, deveríamos poder fazer isso sem temer por nossas vidas. (...) A morte de Sonya nas mãos de um policial nos lembra que, com muita frequência, os americanos negros temem pela sua segurança de maneiras que muitos de nós não tememos”, disse em um pronunciamento. 

Segundo a imprensa norte-americana, as autoridades locais também estão criticando duramente o episódio, afirmando que foi classificado como “uso injustificado de força letal”. 

Fonte: Redação Terra
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