Mulheres da Groenlândia pedem indenização à Dinamarca por controle de natalidade não consentido
Um grupo de mulheres da Groenlândia pede indenização da Dinamarca por causa de uma campanha não consentida de controle de natalidade lançada nos anos 1960, informou nesta segunda-feira o advogado do grupo. A investigação oficial das autoridades da Groenlândia e de sua ex-metrópole colonial Dinamarca não deve terminar antes de maio de 2025, mas o grupo busca uma indenização agora, já que algumas das mulheres estão na faixa etária de 70 e 80 anos. "O que precisamos fazer quando sabemos claramente que houve violações da lei e dos direitos humanos?", afirmou à Reuters Naja Lyberth, uma das mulheres que pedem a indenização. O escândalo foi revelado pela emissora dinamarquesa DR, que informou no ano passado a descoberta de registros apontando que, entre 1966 e 1970, 4.500 DIUs (dispositivos intrauterinos) foram introduzidos em mulheres e garotas — algumas com 13 anos — sem seu conhecimento ou consentimento. Os governos da Dinamarca e da Groenlândia criaram uma equipe de pesquisadores para desvendar a extensão dos casos e o processo de tomada de decisão que culminou na campanha entre 1960 e 1991, quando a Groenlândia ganhou autoridade sobre seu sistema de saúde. As mulheres pedem 300 mil coroas dinamarquesas (42.380 dólares) cada, disse à Reuters o advogado do grupo, Mads Pramming. Ele enviou nesta segunda-feira, em nome das mulheres, o pedido para a primeira-ministra, Mette Frederiksen. O gabinete da premiê não estava imediatamente disponível para comentar. A Groenlândia foi colônia dinamarquesa até 1953, e agora é um território semiautônomo da Dinamarca, com uma população de apenas 57 mil habitantes.