Multidão protesta contra lei que define Israel um país judeu
Protesto reuniu 90 mil pessoas, a maioria drusos, em Tel Aviv
Uma multidão de 90 mil pessoas saiu às ruas de Tel Aviv e lotou a praça Rabin ontem (4), em um protesto contra a lei que qualifica Israel como um Estado exclusivamente judeu. A medida é vista como discriminatória pela esquerda israelense, por cidadãos árabes de origem palestina, por drusos e cristãos.
O protesto de ontem foi liderado pelos drusos, minoria que vive no norte de Israel e os quais acusam o governo de torná-los cidadãos de segunda classe. A oposição israelense também apoiou a manifestação.
Os drusos falam árabe e se consideram muçulmanos, apesar de terem práticas religiosas particulares. Eles servem ao Exército, são conhecidos por sua lealdade ao governo e mantêm uma relação de menos atrito com Israel, na comparação com os árabes-israelenses. "Apesar da nossa lealdade sem limites ao Estado, não somos considerados cidadãos iguais", criticou o xeque Muafac Tarif, líder espiritual dos drusos. A nova lei foi aprovada em 19 de julho, com o apoio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Mas a medida tem gerado protestos e críticas da oposição e de várias minorias que vivem no país. O premier, por sua vez, garantiu que a lei "não afeta" os direitos civis. Segundo o premier, a nova lei "reforça a Lei do Retorno para os judeus da Diáspora" e "impede o ingresso incontrolável de palestinos em Israel" através de uniões familiares.