"Mundo está assistindo", dizem arquitetos de referendo indígena da Austrália
A Austrália tem a chance de consertar sua imagem como uma exceção global votando a favor do reconhecimento constitucional de seu povo indígena, disseram os arquitetos da mudança proposta.
Os australianos serão convidados a votar em um referendo neste ano sobre se eles apoiam a alteração da Constituição para incluir uma "Voz ao Parlamento", um comitê indígena que pode aconselhar o Parlamento sobre questões que afetam o povo aborígine e da Ilha do Estreito de Torres.
"Acho que a maior parte do mundo está assistindo", disse Megan Davis, advogada constitucional e mulher aborígine que lidera a campanha pela mudança, em entrevista à Reuters.
O Parlamento Sami na Escandinávia e o significativo reconhecimento constitucional do Canadá de seus povos indígenas são exemplos de como países similares, ou seja, aqueles que foram colonizados pela Coroa Britânica, usaram mecanismos específicos para reconhecer o povo das Primeiras Nações, disse Davis.
"Mas a Austrália não fez nada. Portanto, somos uma exceção no mundo", afirmou Davis, uma dos arquitetos da Declaração Uluru do Coração de 2017, um documento elaborado por líderes aborígines que propuseram a Voz ao Parlamento.
Os aborígenes, que representam cerca de 3,2% dos quase 26 milhões de habitantes da Austrália, estão abaixo da média nacional na maioria das medidas socioeconômicas e não são mencionados na Constituição. Eles não receberam plenos direitos de voto até a década de 1960.
A Austrália não tem tratado com seu povo indígena e fez pouco em comparação com outros ex-domínios britânicos como Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos para incluir e elevar seu povo das Primeiras Nações.
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS ES