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Músico com albinismo afirma que coronavírus aumenta risco de ataques em países da África

19 ago 2020 - 13h32
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Por Emma Batha

Família com dois irmãos com albinismo no Quênia
24/08/2019
REUTERS/Njeri Mwangi
Família com dois irmãos com albinismo no Quênia 24/08/2019 REUTERS/Njeri Mwangi
Foto: Reuters

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - A pandemia de coronavírus deixou pessoas que têm albinismo com medo de ataques e assassinatos em regiões da África onde partes de seus corpos são usadas como amuletos da sorte, disse um músico zambiano com a doença.

John Chiti, de 35 anos, afirmou que já houve um assassinato na Zâmbia desde que o vírus surgiu, e o túmulo de uma pessoa com albinismo foi desenterrado e partes do corpo roubadas.

Outro homem teria sido atacado na capital Lusaka na semana passada.

"Mesmo enquanto tentamos sobreviver a esta Covid-19, pessoas com albinismo continuam a ser caçadas", disse Chiti à Thomson Reuters Foundation por telefone de Lusaka.

"Isso é muito preocupante, estamos vivendo com medo."

Na África Ocidental, segundo Chiti, as pessoas com albinismo também foram apontadas como culpadas pela Covid-19.

O albinismo - falta de pigmentação na pele, no cabelo e olhos - afeta até uma em 15.000 pessoas na África Subsaariana, de acordo com a Organização das Nações Unidas.

Chiti, diretor executivo da Fundação de Albinismo da Zâmbia (AFZ), disse que as pessoas também temem que os ataques aumentem antes das eleições gerais da Zâmbia no ano que vem.

Existem cerca de 25.000 pessoas com albinismo na Zâmbia, de acordo com dados oficiais.

"Sempre que há eleições, vemos um aumento nos ataques rituais", declarou Chiti.

"Os políticos que consultam os feiticeiros estão sendo instruídos a procurar certas partes do corpo para eles ganharem as eleições, então ... estamos ficando cada vez mais preocupados com nossas vidas."

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