Na Itália, 5 mil restaurantes estão nas mãos de criminosos
Segundo entidade, setor virou 'área prioritária' durante crise
Ao menos cinco mil restaurantes estão nas mãos de grupos criminosos ou associações mafiosas na Itália, revelou um estudo divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Instituto de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais (Eurispes), em parceria com a Confederação Nacional dos Cultivadores Diretos (Coldiretti).
De acordo com a entidade, o setor agroalimentar tornou-se uma "das áreas prioritárias" de investimento dos criminosos, especialmente, em tempos de crise econômica.
"A criminalidade organizada e grupos mafiosos como a Camorra", destaca a Coldiretti, "aproveitam as crises econômicas, para entrar de maneira maciça e capilar na economia legal, chantageando os donos com usura ou comprando direta ou indiretamente os estabelecimentos locais ou no exterior".
O relatório, chamado de "AgroMáfias", diz que a situação pode piorar ainda mais por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), já que a crise sanitária deixou ainda mais vulneráveis muitas estruturas do setor, que precisarão de dinheiro para a retomada.
Os criminosos, inclusive, não segmentam a ação em um filão específico, eles atuam tanto "em franchising, locais exclusivos, de bares a casas de massa e a restaurantes de luxo, além de bares da moda e pizzarias". Essa movimentação chega a casa dos 24,5 bilhões de euros, quando considerada toda a cadeia de produção.
Um dos efeitos negativos da presença desses grupos é que, além de lavarem dinheiro com os restaurantes e bares, eles destroem a concorrência e o livre mercado legal, "sufocando" os empreendimentos honestos. Além disso, há todo o comprometimento da qualidade e da segurança dos produtos oferecidos.