Na Mongólia, Papa deseja que 'nuvens negras da guerra passem'
O papa Francisco desejou neste sábado (2) que as "nuvens negras da guerra" passem e todas as tensões sejam resolvidas graças ao "encontro e ao diálogo".
O apelo foi feito durante o primeiro discurso do Pontífice em sua viagem à Mongólia, na qual citou como exemplo o período conhecido como "pax mongólica", a ausência de conflitos entre os povos conquistados pelo Império Mongol durante os séculos 13 e 14.
"Que as nuvens negras da guerra passem, que sejam varridas pela vontade firme de uma fraternidade universal em que as tensões sejam resolvidas com base no encontro e no diálogo, e os direitos fundamentais sejam garantidos a todos", pediu ele, implorando por um trabalho em conjunto para "construir um futuro de paz".
Depois de se encontrar com o presidente do país asiático, Ukhnaagiin Khürelsükh, e outras autoridades, Francisco destacou como a Mongólia se abriu, especialmente nas últimas décadas, aos grandes desafios globais do desenvolvimento e da democracia.
Segundo ele, hoje a Mongólia, de fato, com "uma ampla rede de relações diplomáticas, a sua adesão ativa às Nações Unidas, o seu compromisso com os direitos humanos e a paz, desempenha um papel significativo no coração do grande continente asiático e no cenário internacional".
Francisco chegou à Mongólia na última sexta-feira (1º) para visitar uma população majoritariamente budista, com menos de 50 mil cristãos, incluindo católicos, protestantes e ortodoxos.
Em seu discurso no Palácio presidencial, o argentino lembrou que sua viagem à Mongólia coincide com o 860º aniversário do nascimento de Genghis Khan.
"Durante séculos, abraçar terras distantes e muito diferentes demonstrou a excepcional capacidade dos vossos antepassados para reconhecer o melhor dos povos que constituíam o imenso território imperial e colocá-los ao serviço do desenvolvimento comum", afirmou o Papa, recordando o grande império Mongol.
"Este é um exemplo que deve ser levado em conta e reproduzido nos nossos dias", acrescentou.
Além disso, Jorge Bergoglio elogiou a determinação da Mongólia "em parar a proliferação nuclear e se apresentar ao mundo como um país sem armas nucleares".
"A Mongólia não é apenas uma nação democrática que implementa uma política externa pacífica política, mas também propõe desempenhar um papel importante para a paz mundial", enfatizou o religioso, destacando que "a pena capital não aparece mais no seu sistema judicial".
Por sua vez, o presidente mongol garantiu que seu país continua "comprometido em manter a paz e a segurança mundiais". "A fim de contribuir pacificamente para os esforços da comunidade internacional para enfrentar os desafios de segurança regionais e globais, a Mongólia oferece entusiasticamente as suas iniciativas e tem-se envolvido ativamente com os seus dois vizinhos (Rússia e China) e países terceiros", afirmou.
Khurelsukh também prometeu ficar "ao lado da Santa Sé para proteger o meio ambiente, a alimentação e a segurança, que são a base da humanidade e do desenvolvimento sustentável". .