'Não desistiremos', diz Zelensky em fala no Parlamento britânico
Presidente ucraniano aproveitou para também criticar Otan
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se tornou o primeiro líder de um país estrangeiro a discursar no Parlamento do Reino Unido nesta terça-feira (8).
Por videoconferência, o ucraniano ressaltou que os cidadãos não vão desistir de defender sua nação da invasão iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.
"Nós não queremos perder como houve um tempo em que vocês também não quiseram perder. Nós não desistiremos e vamos até o fim. Por favor, façam o que precisa ser feito e aquilo que é estipulado pela grandeza do seu país", disse Zelensky aos parlamentares referindo-se à invasão nazista da Segunda Guerra Mundial.
Ovacionado de pé no início e no fim de sua fala, o ucraniano voltou a fazer um apelo para que os britânicos considerem a Rússia "um Estado terrorista" e apoiem o pedido de Kiev de criar uma zona de bloqueio aéreo contra Moscou.
Zelensky ainda afirmou que a "Ucrânia não procurou o conflito e não merecia essa guerra" e lembrou das vítimas menores de idade.
"São mais de 50 crianças mortas. Essas crianças poderiam viver, mas aquelas pessoas lá [russos] os levaram embora", pontuou.
O presidente ucraniano ainda criticou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e disse que a Aliança "não se comportou como devia na resposta" ao ataque de Moscou contra a central nuclear de Zaporizhzhia, ocorrida na última sexta-feira (4), e "na imposição da no-fly zone em nossos céus".
Antes do início da guerra, o governo ucraniano queria se unir à Otan para se defender da Rússia, mas as conversas formais para a adesão em si nunca foram realizadas. Aparentemente, o governo só irá tentar se unir à União Europeia.
"Sentimos que não tivemos o resultado que esperávamos e que, infelizmente, as alianças nem sempre funcionam como deveriam", acrescentou. No entanto, Zelensky agradeceu as sanções impostas até o momento e a ajuda financeira enviada a Kiev. .