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Não é possível definir origem de bala que matou Akleh, dizem EUA

Anúncio gerou revolta entre familiares e autoridades palestinas

5 jul 2022 - 10h48
(atualizado às 10h57)
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O Departamento de Estado norte-americano e o governo de Israel publicaram seus resultados sobre a perícia do projétil que matou a jornalista palestina Shireen Abu Akleh, em 11 de maio, e informaram que não foi possível detectar a "origem" do disparo.

Abu Akleh foi morta com um tiro na cabeça em Jenin em maio
Abu Akleh foi morta com um tiro na cabeça em Jenin em maio
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Segundo nota oficial, a bala está "muito danificada". O texto ainda afirma que o tiro foi disparado "possivelmente" a partir de posições dos militares israelenses, mas que "não há razões" para acreditar que isso tenha sido intencional.

A conclusão divulgada por Washington e por Israel veio após a Autoridade Nacional Palestina (ANP) entregar o projétil para os norte-americanos fazerem a análise.

No entanto, o resultado contradiz as investigações conduzidas pela própria ANP e outra feita pelo Escritório de Direitos Humanos da ONU, que apontam os israelenses como culpados pelo assassinato de Abu Akleh. Para as Nações Unidas, quatro dos sete repórteres que estavam no campo de refugiados de Jenin foram alvo de "várias balas aparentemente bem miradas contra eles da direção das forças de segurança de Israel".

Após a publicação dos EUA, os familiares de Abu Akleh disseram estar "incrédulos" com a publicação e lamentaram que essa investigação "não foi transparente e é um insulto a sua memória".

"Continuaremos a pedir justiça. Vamos apelar na ONU e no Tribunal Penal Internacional para que entrem rapidamente nessa ação. O caso não vai terminar aqui", disseram em uma carta aberta publicada pela mídia local.

Quem também mostrou indignação com a decisão foi a ANP que, através do porta-voz da presidência, Nabil Abu Rudeina, afirmou que as conclusões dos EUA e de Israel "não serão aceitas de maneira nenhuma".

"Vamos levar a questão do assassinato perante aos tribunais internacionais, em particular, perante o TPI, para que Israel seja considerado responsável pela sua morte", acrescentou. Abu Akleh, uma das jornalistas mais conhecidas da região, tinha 51 anos de idade e foi morta com um tiro na cabeça enquanto fazia uma matéria em Jenin. Ela estava usando um colete com a palavra Press (imprensa, em inglês) na hora da ação. .

Ansa - Brasil
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