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Netanyahu chama invasão à Gaza de 'luta do bem contra o mal'; mais de 3.500 crianças palestinas já morreram

Premier de Israel também afirmou que “aqueles que acusam a IDF [exército de israelense] de crimes de guerra são hipócritas"

28 out 2023 - 17h20
(atualizado às 22h58)
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Foto: Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,  afirmou, em entrevista coletiva neste sábado, 28, que a invasão terrestre à Gaza é a segunda fase da guerra contra o Hamas e que será uma "vitória do bem conta o mal" em uma "batalha pela humanidade contra os bárbaros". O número de mortos do lado israelense é de 1.405, além de mais 5 mil feridos.  Do lado palestino, os números seguem aumentando com mais de 7 mil mortos, sendo mais de 3.500 crianças, e 19 mil feridos.  

"Nosso objetivo é singular: derrotar o inimigo assassino. A batalha dentro da Faixa de Gaza será difícil e longa; isto é nossa segunda guerra de independência [...] Será a vitória do bem sobre o mal", declarou Netanyahu.   

Reféns israelenses 

"Meu coração doeu quando me encontrei com as famílias dos reféns. Garanti-lhes que esgotaríamos todos os meios para trazer seus entes queridos para casa. Seu cativeiro é um crime contra a humanidade", disse sem explicar como os ataques israelenses, que já mataram mais de 7 mil palestinos, não oferecem também riscos aos reféns. 

Crimes de guerra

Netanyahu também afirmou que “aqueles que acusam a IDF [exército de israelense] de crimes de guerra são hipócritas. Apelo aos civis em Gaza para que evacuem para o sul da Faixa de Gaza. O inimigo cinicamente usa hospitais como abrigos [...] Israel está travando uma batalha pela humanidade contra os bárbaros".  

Apoio dos EUA e países europeus

O premier de Israel  ainda ressaltou o apoio inequívoco que recebeu de nações europeias: "Desde o início desta guerra, construímos amplas parcerias, incluindo os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, a França e muitas outras nações europeias. Eles expressaram não só o seu apoio, mas também o seu forte desejo pela nossa vitória", disse o primeiro-ministro. 

Com tanques e soldados, Israel conduz exercício militar próximo da fronteira com o Líbano:

Reunião de emergência

Após a incurssão terrestre de Israel à Gaza, os Emirados Árabes Unidos pediram para que uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas ocorra  "o mais rápido possível". Os diplomatas do país também estão preocupados com a situação dos civis em Gaza e a desconexão das redes de telecomunicações. 

Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:

  • Desde o início do conflito, mais de 7.703 palestinos morreram, sendo 3.595 crianças e 1.863 mulheres, e mais de 19 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 311 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
  • Estima-se que 220 pessoas, a maioria israelenses, foram sequestradas pelo Hamas e levadas para Gaza; apenas 4 já foram libertadas; o número exato de capturados, no entanto, ainda é desconhecido;
  • Em 22 dias de conflito cerca de 45% das residências de Gaza foram totalmente ou parcialmente destruídas e mais de 1.4 milhão de palestinos foram deslocados de suas casas, para outras partes de Gaza, após ordem de evacuação de Israel;
  • No  21.º dia do conflito entre Israel e Hamas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram os bombardeios à Gaza, e cortaram o acesso à internet e telefonia dos palestinos. A Faixa de Gaza, que já estava sem energia elétrica, sem combustível e praticamente sem água potável, ficou também incomunicável;
  • Após semanas anunciando uma possível invasão terrestre à Gaza, Netanyahu dá aval para operação, e ataques se intensificam;
  • No dia 27 de outubro, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução que pede pausa humanitária em Gaza; o Representante palestino na ONU já havia pedido um cessar-fogo imediato; já no Conselho de Segurança da ONU os textos do Brasil, Rússia e EUA foram vetados; a proposta brasileira recebeu um único veto de um membro-permanente, dos EUA;  
  • Desde o início dos bombardeios, entidades de Direitos Humanos e a ONU alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos chegaram a usar carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
  • Ajuda humanitária começou a chegar a Gaza apenas no dia 20 de outubro, 13 dias após o início do conflito;
  • Em 17 de outubro, o bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou; já no dia 19, a terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada;
  • Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em mais de 1.200 mortos; Benjamin Netanyahu, que já adotava política que incentivava a expropriação de terras palestinas na Cisjordânia, onde o Hamas não tem controle,  declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo, iniciando uma nova onda de ataques à Gaza;
  • O que é o Hamas? O Hamas é organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
  • O que é cerco à Gaza? A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
  • Estado Palestino: os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948;
Fonte: Redação Terra
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