Netanyahu se diz vítima de golpe em julgamento por corrupção
Primeiro-ministro israelense responde a acusações de suborno, quebra de confiança e fraude no centro de três casos de corrupção contra ele
Benjamin Netanyahu declarou inocência no começo de seu julgamento por corrupção neste domingo, dizendo que está sendo vítima de um golpe no primeiro processo criminal de um primeiro-ministro israelense.
Acompanhado por um grupo de ministros do seu partido de direita, o Likud, e falando de forma contundente, Netanyahu apelou à opinião pública ao dirigir-se às câmeras de televisão no corredor do tribunal antes de sentar-se no banco dos réus.
"Essas investigações foram contaminadas e costuradas desde o primeiro momento", disse Netanyahu sobre acusações de suborno, quebra de confiança e fraude no centro de três casos de corrupção contra ele.
Do lado de fora do tribunal, e separados por barreiras metálicas e policiais, centenas de apoiadores e oponentes realizaram manifestações barulhentas. Gritos de "Bibi, rei de Israel" de simpatizantes de Netanyahu usando seu apelido ecoaram pelo prédio da corte.
Netanyahu, de 70 anos, foi indiciado em novembro em casos envolvendo presentes de amigos milionários e por supostamente buscar favores regulatórios para magnatas da mídia em troca de uma cobertura favorável.
Ele conduziu uma carreata ao tribunal depois de participar da primeira sessão de trabalho de seu novo gabinete de "unidade", que tomou posse há uma semana, após um acordo surpreendente de compartilhamento de poder com seu principal oponente, Benny Gantz. A posse do gabinete encerrou mais de um ano de impasse político em meio a três eleições inconclusivas.
Em sua aparição no corredor, Netanyahu reafirmou que foi vítima de uma caça às bruxas política, incentivada por uma mídia de esquerda para tirá-lo do cargo.
"Estou aqui hoje, como seu primeiro ministro, de pé e com a cabeça erguida", disse Netanyahu, prometendo superar as acusações e continuar liderando Israel em seu atual quinto mandato.
Ele é o líder mais antigo de Israel, agora no cargo há mais de 11 anos seguidos, mais três anos nos anos 1990.