Netanyahu vai recorrer contra mandado de prisão do TPI
Israel não reconhece a jurisdição da Corte de Haia
O governo de Israel vai recorrer dos mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia contra o premiê Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant.
Tel Aviv decidiu notificar o TPI sobre o apelo apenas nesta segunda-feira (27), último dia de prazo. "O Estado de Israel rejeita a autoridade da Corte Penal Internacional e a legitimidade das ordens de prisão emitidas contra o premiê e o ex-ministro da Defesa", diz uma nota do gabinete de Netanyahu.
O comunicado explica que Israel informou ao Tribunal de Haia a intenção de recorrer contra os mandados. "Caso a corte negue o recurso, isso demonstrará mais uma vez aos amigos de Israel nos EUA e no mundo o quanto o TPI é parcial", acrescenta o governo.
Netanyahu e Gallant são acusados de crimes de guerra e contra a humanidade durante o conflito na Faixa de Gaza, bem como o líder da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, que, no entanto, é dado como morto por Tel Aviv.
Israel não é membro do TPI, que, por sua vez, alega que pode atuar "com base na jurisdição territorial da Palestina".
A Corte de Haia disse ter encontrado "motivos razoáveis para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade pelo crime de fome como método de guerra e pelos crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos".
O TPI ainda afirmou que os dois agiram "intencionalmente" para privar a população civil de Gaza de "itens indispensáveis para sua sobrevivência, incluindo alimentos, água e medicamentos, bem como combustível e eletricidade". .