'Ninguém vai morrer sob minha supervisão', disse Rush ao ser questionado sobre segurança do Titan
Transcrição de uma reunião da OceanGate registrou embate sobre a segurança do submersível; Titan implodiu em junho de 2023
Reunião na OceanGate revela que CEO afirmou que ninguém morreria sob sua supervisão. Submersível Titan tinha diversos problemas de segurança e nunca foi revisado por técnicos externos.
A transcrição de uma reunião na OceanGate, empresa responsável pelo submersível que implodiu em 2023, mostra que o CEO da companhia, Stockton Rush, discutiu com outros funcionários que questionavam a segurança do Titan. "Ninguém vai morrer sob a minha supervisão, e ponto final", disse ele em uma reunião, em janeiro de 2018.
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As informações foram reveladas pela Guarda Costeira dos Estados Unidos como parte da investigação sobre o desastre. Rush, de 61 anos, e outros quatro passageiros - Hamish Harding, de 58; Paul-Henri Nargeolet, de 77; Shahzada Dawood, de 48, e o seu filho Suleman, de 19 - morreram durante uma expedição aos destroços do Titanic, no Atlântico Norte, em junho de 2023, após o submersível implodir.
Na reunião, estavam presentes o ex-diretor de operações marítimas, David Lochridge, e outros membros da equipe. Quando Lochridge faz perguntas sobre a segurança do Titan, Rush rapidamente respondeu: "Ninguém vai morrer sob a minha supervisão, e ponto final [...] Não tenho desejo de morrer. Acho que esta é uma das coisas mais seguras que farei".
A Guarda Costeira ainda não concluiu o inquérito sobre o acidente. No entanto, durante as audiências eles revelaram o que já se sabe sobre o caso:
- O Titan nunca foi revisado por técnicos de fora da empresa que criou o submarino, a OceanGate;
- Tony Nissen, diretor de Engenharia da OceanGate, disse que se recusou a viajar no sumbersível e acrescentou que 'não confiava em Stockton': "Não tínhamos os padrões [de segurança] que estabelecemos";
- O submersível foi encontrado 'parcialmente afundado' semanas antes da expedição mortal;
- O Titan sofreu mais de 100 problemas de equipamento nos anos anteriores à tragédia de 2023. Ele chegou a ser atingindo por um raio, em 2018, o que pode ter comprometido o seu casco;
- O submersível também ficou exposto às intempéries durante o armazenamento por sete meses, entre 2022 e 2023.