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No 37º dia da guerra, ataque a depósito de combustível russo

Moscou disse que helicópteros ucranianos realizaram ataque, negado por Kiev

1 abr 2022 - 21h31
(atualizado às 23h18)
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O 37º dia do conflito foi marcado pelo ataque a um depósito de combustível da estatal russa Rosneft. O local fica no território da Rússia, na cidade de Belgorod, a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, e serve de centro logístico para as forças russas.

Moscou acusou Kiev de ter conduzido o ataque, realizado por dois helicópteros, e indicou que a investida afetaria as negociações par um acordo de paz. A Ucrânia negou ter responsabilidade pelo incidente.

Um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que o ataque provavelmente teria repercussões negativas para a logística de guerra russa, em especial o suprimento de combustível para tropas que cercam a cidade ucraniana de Kharkhiv.

Imagem da explosão na cidade de Belgorod, localizada em território russo
Imagem da explosão na cidade de Belgorod, localizada em território russo
Foto: Reuters

Tentativa de evacuação em Mariupol fracassa

Novos esforços para enviar comboios humanitários à cidade de Mariupol, no sudeste ucraniano, falharam nesta sexta-feira, segundo a Cruz Vermelha da Ucrânia. Olena Stokoz, diretora da organização, afirmou à DW que seus veículos foram impedidos de prosseguir por soldados russos quando estavam na cidade de Berdyansk, a cerca de uma hora de Mariupol.

Porém, a Cruz Vermelha conseguiu evacuar moradores de Mariupol que, por conta própria, já tinham conseguido chegar a Berdyansk. Stokoz disse ainda que a Cruz Vermelha não tinha notícias de alguns de seus integrantes e voluntários em Mariupol e não tinha certeza se eles estavam vivos.

"Infelizmente, a situação em Mariupol está piorando a cada dia. Não temos nenhuma notícia de nosso pessoal em Mariupol há mais de uma semana", afirmou.

O plano inicial era que os veículos da Cruz Vermelha fariam a escolta de dezenas de carros e ônibus que tirariam milhares de civis da cidade. Representantes da Rússia e da Ucrânia já chegaram a um acordo sobre o corredor humanitário, mas não está claro se a mensagem foi recebida pelas tropas na área.

Russos recuam no norte, mas atacam leste e Odessa

O presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, afirmou que os militares russos estavam recuando no norte do país, de forma "lenta mas perceptível". Porém, ele disse que a situação no leste ainda estava "extremamente difícil", e afirmou que a Rússia estava preparando novos ataques nas regiões de Donbass e Kharkiv.

No início da semana, a Rússia havia dito que iria reduzir parte de suas operações militares na Ucrânia, nas áreas de Tchernihiv e Kiev, o que foi recebido com ceticismo por Kiev e países do Ocidente.

Uma autoridade ucraniana também relatou à agência de notícias Associated Press que pelo menos três mísseis balísticos russos atingiram a cidade de Odessa nesta sexta-feira, onde fica o maior porto da Ucrânia e a sede de sua Marinha. Segundo o relato, os mísseis foram disparados a partir da Península da Crimeia, que a Rússia controla desde 2014, e houve vítimas.

Presidente do Parlamento da UE em Kiev

A presidente do Parlamento da União Europeia (UE), Roberta Metsola, chegou a Kiev nesta sexta-feira. Ela é a primeira autoridade do primeiro escalão do bloco a ir à Ucrânia desde a invasão russa.

Ao chegar à capital ucraniana, Mestola tuitou uma foto abraçando o presidente do Parlamento da Ucrânia, Ruslan Stefanchuk, e escreveu: "Estou em Kiev para dar uma mensagem de esperança".

Em um pronunciamento, Mestola fez três promessas. "Primeiro, a invasão criminosa de [Vladimir] Putin na Ucrânia coloca a Rússia em confronto direto com a Europa, a comunidade internacional e a ordem mundial baseada em leis. Isso não é algo que deixaremos que ele faça sem ser confrontado", disse.

"Segundo, a União Europeia reconhece as suas ambições europeias e sua aspiração de ser um país candidato [para aderir ao bloco]. E vocês podem contar com o apoio total do Parlamento da UE para alcançar esse objetivo."

"Terceiro, nós vamos ajudá-los a reconstruir suas cidades e vilas quando esta guerra ilegal, não provocada e desnecessária tiver acabado. Já fornecemos assistência financeira, militar e humanitária. Isso irá continuar e aumentar", afirmou.

Cúpula UE-China trata da Ucrânia

Os principais líderes da União Europeia reuniram-se nesta sexta-feira por videoconferência com líderes da China para discutir assuntos urgentes, incluindo a guerra na Ucrânia.

Participaram da cúpula o presidente chinês, Xi Jinping, o primeiro-ministro do Conselho de Estado da China, Li Keqiang, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

Em sua fala, Xi apelou para que a UE e a China "evitem repercussões da crise". Li disse que Pequim "se opõe à divisão em blocos e a tomar um lado", relatou um diplomata chinês à agência de notícias alemã DPA. Segundo a emissora estatal chinesa CCTV, ele também afirmou que a China está fazendo esforços pela paz "à sua própria maneira".

Von der Leyen afirmou: "Deixamos muito claro que a China deveria, senão apoiar, pelo menos não interferir nas nossas sanções [contra a Rússia]". Ela também disse a Pequim que o apoio à invasão russa "causaria grandes danos à reputação" da China na Europa. A chefe da Comissão Europeia afirmou ainda que a UE não tinha recebido nenhuma garantia explícita da China sobre esse assunto.

A China tem oferecido apoio político a Moscou e à narrativa de que os Estados Unidos, países europeus e a Otan seriam os responsáveis pela guerra que a Rússia está promovendo na Ucrânia. A UE discorda frontalmente dessa avaliação e espera usar sua influência e poder econômico para influenciar a China a mudar de rumo.

Daniela Schwarzer, diretora executiva da Open Society Foundations na Europa e Eurásia, disse à DW que esse conflito poderia reverberar de muitas maneiras. "Se a China se envolver nesta guerra, haverá um debate totalmente novo sobre sancionar a China, o que sairia muito caro para a Europa", afirmou. "A UE precisa da China de várias maneiras".

Os investimentos e o comércio compõem o aspecto econômico. Mas desafios globais maiores, como as mudanças climáticas, exigem a cooperação dos Estados Unidos e da China, apontou.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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