No 50º Dia da Terra, papa diz que natureza não vai perdoar danos provocados por seres humanos
O Papa Francisco fez um apelo passional nesta quarta-feira pela proteção do meio ambiente no 50º aniversário do primeiro Dia da Terra, dizendo que a pandemia do novo coronavírus havia mostrado que alguns desafios tinham que ser enfrentados com uma resposta global.
Francisco elogiou o movimento ambientalista, afirmando que era necessário que os jovens "saíssem às ruas para nos ensinar o que é óbvio, ou seja, que não haverá futuro para nós se destruirmos o meio ambiente que nos sustenta".
Retomando um provérbio espanhol em que Deus sempre perdoa, o homem às vezes perdoa, mas a natureza nunca o faz, Francisco disse: "Se deterioramos a Terra, a resposta será muito feia".
O Dia da Terra deste ano provocou pedidos de muitos, incluindo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para que os governos busquem "recuperação verde" em resposta ao coronavírus.
Tanto o papa quanto Guterres fizeram da proteção ambiental e das mudanças climáticas temas-chave para seus discursos.
"Vemos essas tragédias naturais, que são a resposta da Terra aos nossos maus-tratos", disse Francisco. "Eu acho que, se eu perguntar ao Senhor agora o que ele pensa sobre isso, eu não acho que ele diria que é uma coisa muito boa. Somos nós que arruinamos a obra de Deus."
Dizendo que a Terra não é um depósito interminável de recursos para explorar, o papa afirmou: "Pecamos contra a Terra, contra nosso vizinho e, no final, contra o criador".
No ano passado, depois de um sínodo de bispos da região amazônica, Francisco disse que estava pensando em adicionar uma definição de "pecados ecológicos" no catecismo da Igreja Católica Romana.
Assim como Guterres, o papa comparou a resposta aos perigos ambientais à do coronavírus.
"Somente juntos e cuidando dos mais frágeis (membros da sociedade), podemos vencer desafios globais", afirmou o papa.