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Nova geração de mísseis da China desafia EUA na Ásia

25 abr 2019 - 11h31
(atualizado às 12h02)
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O presidente da China, Xi Jinping, elevou as forças de mísseis de seu país a um patamar no qual representam um desafio inédito aos porta-aviões e bases que formam a espinha dorsal da primazia militar dos Estados Unidos na Ásia, revelou uma reportagem especial da Reuters nesta quinta-feira.

Hoje, muitos dos mísseis do arsenal de Pequim rivalizam ou superam os norte-americanos, perfurando o escudo protetor que os EUA proporcionaram durante décadas aos seus aliados Coreia do Sul, Japão e Taiwan.

O capitão James Fanell, ex-chefe de inteligência da Marinha dos EUA, disse à Reuters que agora a China tem "a força de mísseis balísticos mais avançada do mundo" e "a capacidade de superar os sistemas defensivos que estamos buscando".

Veículos militares com mísseis DF-21D em desfile na Praça da Paz Celestial, em Pequim 3/9/2015  REUTERS/Damir Sagolj
Veículos militares com mísseis DF-21D em desfile na Praça da Paz Celestial, em Pequim 3/9/2015 REUTERS/Damir Sagolj
Foto: Reuters

Ainda mais grave para os EUA é a China ter forjado um monopólio de uma classe de mísseis convencionais que lhe permite atacar porta-aviões americanos em seu litoral e em bases no Japão e até em Guam, no Oceano Pacífico.

Conforme um tratado da Guerra Fria entre EUA e Rússia, nenhum destes países pôde desenvolver estas armas - mísseis balísticos terrestres de alcance intermediário e mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. Mas Pequim, que não é signatária do tratado, vem desenvolvendo estes foguetes em grande quantidade.

No caso de um confronto em sua costa, a alta cúpula militar chinesa diz que agora tem os meios de manter os porta-aviões norte-americanos à distância. "Não conseguimos derrotar os Estados Unidos no mar", disse um coronel aposentado do Exército Popular de Libertação à Reuters. "Mas temos mísseis que visam especificamente porta-aviões para impedi-los de abordar nossas águas territoriais se houvesse um conflito."

Este é um desdobramento potencialmente decisivo, já que sinaliza que a China é capaz de deter uma intervenção dos EUA agora que aumenta seu controle sobre o Mar do Sul da China, intensifica missões aéreas e navais nos arredores de Taiwan e amplia suas operações em áreas que disputa com o Japão.

Como os EUA se descobriram subitamente do lado errado da defasagem de mísseis, planejadores militares norte-americanos enfrentam um cenário novo e intimidante.

Como alguns dos mísseis antinavios chineses agora têm alcance maior do que o dos caças a bordo dos porta-aviões dos EUA, podem neutralizar os norte-americanos em um confronto. Se estes porta-aviões fossem forçados a operar fora do alcance de suas aeronaves, seriam muito menos potentes.

Agora os EUA correm para recuperar a vantagem. No dia 1º de fevereiro, o presidente Donald Trump anunciou que seu país se desligará de seu tratado de mísseis com a Rússia em seis meses, abrindo caminho para Washington começar a fabricar mísseis terrestres proibidos durante mais de três décadas.

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