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Novo decreto do Talibã proíbe mulheres de serem ouvidas entre si

Durante evento, o ministro da virtude e do vício do Talibã, Khalid Hanafi, especificou até frases religiosas que não podem ser ditas

30 out 2024 - 16h47
(atualizado às 16h56)
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Situação de liberdade das mulheres no Afeganistão tem levantado preocupação internacional
Situação de liberdade das mulheres no Afeganistão tem levantado preocupação internacional
Foto: REUTERS/Ali Khara

O regime do Talibã implementou um novo decreto que acentua as restrições à liberdade das mulheres no Afeganistão, proibindo que suas vozes sejam ouvidas entre outras mulheres. Khalid Hanafi, ministro da Virtude do Talibã, declarou que mulheres adultas não devem permitir que suas vozes sejam escutadas, além de proibir a recitação do Alcorão ou a realização de orações islâmicas.

Desde que o Talibã reassumiu o poder em agosto de 2021, o país tem visto um retrocesso significativo nos direitos das mulheres. Neste novo contexto, as mulheres profissionais de saúde também estão proibidas de se encontrar com os homens que atendem suas pacientes, e as proibições já incluem restrições à leitura ou canto em público.

As mulheres são obrigadas a usar roupas largas e cobrir o rosto em público, sob a justificativa de evitar a tentação em outros e não devem olhar para homens que não sejam seus parentes diretos.

Durante um evento na província de Logar, Hanafi reiterou a proibição de recitar versos do Alcorão e cantar expressões islâmicas, incluindo a vedação do canto do "takbir" (Allahu Akbar), reforçando o cerceamento da liberdade de expressão das mulheres. A fala do ministro foi inicialmente divulgada nas redes sociais do Ministério da Virtude e do Vício, mas posteriormente apagada.

O ministério afirmou que um programa nacional de conscientização está em andamento para informar a população sobre as novas leis. Desde a reabertura do ministério para "propagação da virtude e prevenção do vício", o Talibã tem intensificado as restrições aos direitos das mulheres, implementando normas de vestimenta e exigindo que elas sejam acompanhadas por um guardião masculino em viagens.

Essa nova ordem agrava a situação de um país onde, há apenas três anos, mulheres afegãs frequentavam escolas e universidades, ocupando cargos como juízas, advogadas e médicas. Hoje, as políticas limitam cada vez mais sua capacidade de se movimentar, trabalhar e até mesmo expressar opiniões.

Uma ativista dos direitos das mulheres comentou sobre a dificuldade imposta pelo regime: "Como as mulheres que são as únicas provedoras de suas famílias devem comprar pão, procurar assistência médica ou simplesmente existir se até mesmo suas vozes são proibidas? Essas ordens imobilizam as mulheres e tornaram a vida exaustiva para todos nós."

Fonte: Redação Terra
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