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Israel intensifica bombardeios em Gaza, em meio a infiltrações pelo Líbano

Barragens de foguetes foram lançadas pelo exército israelense com a direção à Faixa de Gaza

11 out 2023 - 08h45
(atualizado às 15h45)
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Novos atraques de palestinos em Gaza
Novos atraques de palestinos em Gaza
Foto: Reuters

Israel e Gaza promoveram novos bombardeios na manhã desta quarta-feira, 11, 5º dia do conflito armado que já matou mais de 2.300 pessoas dos dois lados da fronteira --dois dos mortos são brasileiros. Sirenes foram acionadas para avisar os moradores sobre os novos perigos na região. O conflito começou na madrugada do último sábado, 7, quando integrantes do Hamas cruzaram a fronteira israelense em um ataque surpresa com mísseis e armas de grande porte.

Barragens de foguetes foram lançadas pelo exército israelense com direção à Faixa de Gaza, em meio a uma suposta infiltração do grupo palestino em Israel a partir do Líbado. "Foi recebido um relatório sobre a infiltração de vários suspeitos no território israelense a partir do território libanês. Os soldados estão se mobilizando na área", disseram os militares em um comunicado.

A Rádio do Exército de Israel informou que o local era próximo a Adamit, em frente às cidades libanesas fronteiriças de Aalma El Chaeb e Zahajra.

Nas últimas 24 horas, 450 alvos foram atingidos, segundo Israel. Além disso, as Forças de Defesa israelenses informaram que dezenas de caças atingiram mais de 70 alvos na área de Daraja Tuffah. O Exército de Israel conta com um domo de ferro, um sistema que detecta mísseis, e responde disparando um míssil interceptor. 

Além dos ataques que ocorrem na Faixa de Gaza, há também conflitos na fronteira de Israel com a Síria. Segundo a emissora, grupos islâmicos que vivem no território sírio deram início ao confronto. Inclusive, o governo israelense tem avisado nos últimos dias que, se houver envolvimento de grupos na Síria, Israel vai atacar. 

Mais de 1.200 pessoas foram mortas do lado israelense, conforme as Forças de Defesa de Israel, desde o início da incursão no sábado, superando a escala de qualquer outro ataque islâmico no passado, com exceção do 11 de Setembro.

Já as autoridades de Gaza relataram que pelo menos 1.100 palestinos  Bairros inteiros da cidade palestina foram arrasados. A região está sem eletricidade. A única usina de energia da Faixa de Gaza interrompeu sua operação devido à falta de combustível, segundo Galal Ismail, chefe da autoridade energética do território palestino. "Gaza está atualmente sem energia”, informou ele. 

Reféns 

O governo israelense relatou que o Hamas mantém cerca de 150 reféns. Na manhã desta quarta-feira, 11, o Ministério da Defesa de Israel afirmou que há brasileiros entre os reféns mantidos em Gaza. Segundo um porta-voz do Exército israelense, argentinos também foram capturados pelos guerrilheiros palestinos.

O Itamaraty busca informações sobre os possíveis reféns brasileiros, bem como sobre o paradeiro da carioca Karla Stelzer, de 41 anos, desaparecida desde sábado. Ela mora em Israel há 11, na cidade Bet Ezra, Hadarom, e estava no festival de música Universo Paralello, no momento dos ataques do Hamas.  

Em resposta a ofensiva israelense, o porta-voz do braço militar do Hamas, Abu Obeida, anunciou na terça-feira, 10, que o grupo executaria um civil refém a cada vez que um ataque aéreo israelense atingisse os habitantes de Gaza em suas casas sem aviso prévio.

Imagens aéreas mostram bombardeio de Israel a alvos na Faixa de Gaza:

Ataque do Hezbollah

Tensões na região de Tel Aviv, em Israel, aumentaram nesta terça-feira, 10, à medida que a milícia xiita libanesa Hezbollah, aliada do Irã, lançou 15 foguetes em direção à Galileia, provocando um alerta máximo nas Forças Armadas de Israel. De acordo com o Exército israelense, quatro dos foguetes disparados do Líbano foram interceptados com sucesso pelo sistema de defesa Domo de Ferro. Os demais aterrissaram em áreas desabitadas, sem causar nenhum dano ou ferimento.

Um desses disparos foi identificado como um míssil antitanque reivindicado pelo Hezbollah, que exerce influência no sul do Líbano, e é considerado um ator-chave na região. Em resposta a esses ataques, helicópteros israelenses atacaram três alvos ligados ao Hezbollah.

Funcionários de inteligência dos Estados Unidos afirmaram ao jornal americano Washington Post que havia evidências sólidas de apoio iraniano aos ataques. Isso porque, apesar de o Hamas possuir suas próprias capacidades de fabricação de foguetes e drones, um ataque da magnitude vista no sábado, 7, teria sido extremamente desafiador sem assistência externa.

"A quantidade de treinamento, logística, comunicação, pessoal e armas deixa pegadas evidentes", disse Marc Polymeropoulos, ex-oficial de operações da CIA. "Isso sugere o envolvimento iraniano, dada a complexidade do ataque."

Embora o Irã tenha negado envolvimento direto, elogiou os militantes do Hamas. "Vocês deixaram a comunidade islâmica feliz com essa operação inovadora e vitoriosa", afirmou a agência de notícias Irna, citando o presidente Ebrahim Raisi.

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Primeiro grupo de repatriados chega ao Brasil

Com rezas, palmas e choro, 211 brasileiros desembarcaram na Base Aérea de Brasília na madrugada desta quarta-feira, 11, após serem resgatados de Israel. Estes foram os primeiros repatriados pelo governo durante a escalada dos conflitos entre Israel e o Hamas. Segundo voo com mais brasileiros repatriados chega ao Rio de Janeiro, na madrugada de quinta-feira, 12, por volta das 3h (horário de Brasília). 

Passageiros ouvidos pelo colunista Guilherme Mazieiro, do Terra, relataram momentos de tensão enquanto ouviam sirenes, mísseis e explosões.  "O que vocês veem na televisão eu vi pessoalmente, acima da minha cabeça. Foi algo terrível, terrível" relatou Cristina Balbi, de São Paulo.

O piloto da missão, o tenente-coronel Marcos Olivieri, contou que foi possível ouvir explosões quando estavam em solo israelense.

"A aproximação e decolagem de Tel Aviv foi bem tranquila. Tudo bem coordenado pelo controle do espaço aéreo de Israel. Mas no solo realmente escutamos explosões. Não sabemos precisar se estavam próximas ou longe, mas ouvimos algumas explosões ao redor do aeroporto. Intercorrências não teve. Estávamos receosos, obviamente, mas em momento algum pestanejamos", disse o piloto.

Fonte: Redação Terra
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