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Número de mortes de imigrantes no mundo cresceu 70% em 2014

De acordo com o estudo, a Europa é o destino mais perigoso para imigrantes ilegais

29 set 2014 - 17h56
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Imigrantes ilegais da Guatemala deportados dos EUA chegam ao aeroporto La Aurora, na Cidade da Guatemala. 10/07/2014
Imigrantes ilegais da Guatemala deportados dos EUA chegam ao aeroporto La Aurora, na Cidade da Guatemala. 10/07/2014
Foto: Pakal Koban / Reuters

A imigração está diretamente ligada à morte de 40 mil pessoas desde o ano 2000 em todo o mundo. O número foi divulgado nesta segunda-feira (29) pela Organização Internacional para Imigração (IOM, sigla em inglês), em reunião no escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.

De acordo com o relatório Jornadas Fatais: Rastreando Vidas Perdidas durante a Imigração, 4.077 imigrantes morreram de janeiro a setembro de 2014, um aumento de 70% em relação a todo o ano de 2013 (2.400 vítimas). As traiçoeiras rotas de imigração do Mar Mediterrâneo respondem por grande parte das mortes: 3.072 (75%). Em seguida, estão o leste da África (251 mortes), a fronteira entre o México e os Estados Unidos (230 mortes) e o Golfo de Bengala, no Oceano Índico (205 mortes).

De acordo com o estudo, a Europa é o destino mais perigoso para imigrantes ilegais. Mais de 22 mil pessoas morreram desde 2000, sendo 4 mil de 2013 até agora. Apesar do perigo, cresce o número de imigrantes que cruzam o Mar Mediterrâneo em busca de abrigo em solo europeu. O relatório relembra a morte de 360 imigrantes africanos provenientes da Eritreia e da Somália, em outubro de 2013, que naufragaram ao tentar alcançar a ilha de Lampedusa, na Itália.

A fronteira entre México e Estados Unidos foi citada no relatório como uma região crítica, onde 6 mil imigrantes perderam a vida desde 2000 tentando entrar ilegalmente no país norte-americano. Mas as estatísticas apontam uma tendência de redução no número de vítimas.

Os dados estatísticos para a produção do relatório foram coletados em colaboração com  governos e agências humanitárias. Segundo o chefe do Departamento de Pesquisa da IOM, Frank Laczko, os números podem ser ainda maiores. “Apesar do grande volume de recursos gastos na coleta de dados sobre imigração e controle das fronteiras, poucas agências reúnem e publicam dados sobre mortes de imigrantes”, disse ele. Além disso – enfatizou Laczko – muitas mortes acontecem em regiões remotas do mundo, e nunca são registradas.

Para o diretor-geral da IOM, William Lacy Swing,  é tempo de fazer mais do que contar as vítimas. “É hora de o mundo se engajar para acabar com a violência contra imigrantes desesperados".  

Agência Brasil Agência Brasil
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