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Número de refugiados da guerra na Ucrânia passa de 2,5 milhões

Número diário de pessoas cruzando as fronteiras ucranianas é maior que as projeções iniciais da ONU, e serviços de ajuda em países vizinhos já mostram sinais de pressão

11 mar 2022 - 10h06
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GENEBRA - Mais de 2,5 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira, 11. A Polônia tem sido o principal destino de quem foge da guerra.

"O número de refugiados procedentes da Ucrânia chegou tragicamente a 2,5 milhões hoje. Também consideramos que dois milhões de pessoas estão deslocadas dentro da Ucrânia", tuitou o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi.

"Milhões de pessoas se veem obrigadas a deixarem suas casas por esta guerra sem sentido", acrescenta Grandi.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), dos 2,5 milhões de pessoas que fugiram da Ucrânia, sendo que 116.000 eram cidadãos de terceiros países.

A Polônia acolhe, de longe, o maior número de refugiados, com 1,5 milhão de pessoas tendo entrado no país desde 24 de fevereiro, segundo os guardas de fronteira poloneses.

As Nações Unidas planejam suas necessidades humanitárias com base no pressuposto de que cerca de 4 milhões de refugiados ucranianos buscariam segurança no exterior.

No entanto, com cerca de 200.000 pessoas fugindo para países vizinhos somente nas últimas 24 horas, um funcionário da ONU para refugiados disse que talvez seja necessário revisar esse número para cima.

"É bem possível que o valor projetado de 4 milhões seja revisto. Isso não seria uma surpresa", disse Matthew Saltmarsh, porta-voz da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) perto da fronteira com a Polônia, a jornalistas de Genebra.

As agências humanitárias estão se esforçando para fornecer instalações de aquecimento para milhares de refugiados que esperam em temperaturas congelantes nas passagens de fronteira, disse ele.

Enquanto isso, caminhões estão levando milhares de cobertores e colchões térmicos na outra direção.

Centenas de milhares de pessoas estão presas sob pesado bombardeio de cidades e vilas na Ucrânia e estão ficando sem suprimentos, com ambos os lados culpando o outro por não cumprir um cessar-fogo.

Um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários disse na sexta-feira que serviços de apoio psicológico estavam sendo fornecidos online de porões na Ucrânia devido à situação de segurança.

Esforços de ajuda sob pressão

Conforme o número de refugiados cruzando as fronteiras da Ucrânia crescem, os esforços de ajuda nos países vizinhos mostram sinais de pressão, com algumas cidades ficando sem acomodações.

O trabalho de socorro nos países da linha de frente - Polônia, Eslováquia, Romênia, Hungria e Moldávia - tem sido realizado principalmente por cidadãos comuns que se voluntariam para dirigir, cozinhar ou abrigar refugiados, com a ajuda de organizações não governamentais e autoridades locais.

Mas com a guerra agora entrando em sua terceira semana e o número de refugiados crescendo, está se tornando cada vez mais difícil fornecer ajuda suficiente.

Em Cracóvia, a segunda maior cidade da Polônia, uma ONG descreveu a situação na estação de trem da cidade como "trágica".

Soldados ucranianos embarcam em um trem enquanto partem em direção a Kiev na estação central de trem na cidade ucraniana ocidental de Lviv, em 9 de março de 2022. Foto: Aleksey Filippov/AFP

"Não há para onde direcionar os refugiados. Eles estão estressados e confusos, é preciso todo tipo de ajuda e, acima de tudo, instalações", tuitou a Fundacja Brata Alberta, uma ONG que em tempos normais ajuda pessoas com deficiência mental.

"Procuramos muitos lugares, mas a única resposta é: não há mais leitos. É necessária a intervenção do governo!"

Em Hrubieszów, uma cidade polonesa na fronteira com a Ucrânia, a prefeita Marta Majewska disse que gastou toda a reserva de crise da cidade bem como as reservas da província local, para administrar um centro de recepção de refugiados.

"Estou mais preocupada com as contas de eletricidade", disse ela à Radio Zet. "A cidade não pode suportar isso."

Em Varsóvia, o maior centro de acolhimento temporário estava cerca de 70% cheio até quinta-feira, 10. Os refugiados agora representam 10% da população da capital polonesa, disse o prefeito Rafal Trzaskowski.

Em Przemisl, perto do posto de fronteira mais movimentado da Polônia que se tornou um centro de trânsito para refugiados, o vice-prefeito Boguslaw Swiezi disse estar vendo um declínio no número de voluntários, alguns dos quais são estudantes, outros pessoas afastadas do trabalho.

O governo polonês propôs uma lei esta semana permitindo que as pessoas que abrigam refugiados reivindiquem 8,3 euros (R$ 46) por dia por pessoa. Também está preparando um fundo de 1,6 bilhão de euros (R$ 8,9 bilhões) para ajudar os refugiados e mobilizou a polícia, bombeiros e outros serviços para distribuir ajuda.

A capital da Romênia, Bucareste, estava transformando um centro de convenções e uma arena coberta, a Romexpo, em seu maior abrigo para refugiados, enquanto a Hungria estudava se deveria transformar museus, arenas esportivas e outros edifícios públicos em Budapeste em abrigos.

Na República Tcheca, as autoridades de Praga apelaram ao público em geral e a mais hotéis para receber refugiados. "A demanda por acomodação em Praga é enorme e está superando as ofertas disponíveis", disse o prefeito de Praga, Zdenek Hrib, na noite de quinta-feira. / AFP e REUTERS

Estadão
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