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O que é verdade sobre as menções à Itália na CPI da Covid?

País não recomenda cloroquina nem tem disputa com a Pfizer

29 jun 2021 - 15h20
(atualizado às 15h23)
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Durante as sessões da CPI da Covid-19 no Senado, muito se ouve que outros países processaram fabricantes de vacinas contra a doença ou que os medicamentos do chamado "tratamento precoce" estão liberados. E uma das nações mais citadas nesses comentários é a Itália.

Itália é muito citada pelos senadores governistas da CPI da Covid
Itália é muito citada pelos senadores governistas da CPI da Covid
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

No entanto, não é bem assim. Mencionadas muitas vezes pelos senadores governistas, a cloroquina e a hidroxicloroquina são assunto superado no país europeu. A Agência Italiana de Medicamentos (Aifa), equivalente local à Anvisa, é bastante clara e tem farta documentação contra o uso desses remédios para curar a Covid-19.

"À luz das evidências que foram progressivamente acumuladas no uso terapêutico em pacientes internados e que demonstram a total falta de eficácia perante o aumento de eventos adversos, mesmo não graves, a Aifa não recomenda o uso de hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19 nos hospitais", diz uma nota técnica de 22 de dezembro.

Além disso, por conta dos resultados ruins, a agência "não considera útil nem oportuno" o uso do medicamento em novos testes em hospitais. A única exceção na circular é para a realização de estudos clínicos randomizados e monitorados para "tornar conclusivas" as dúvidas sobre uma possível eficácia no início dos sintomas e com uma baixa dosagem.

Segundo a Aifa, dosagens elevadas de hidroxicloroquina "aumentam o risco de eventos adversos", e o remédio deve ser usado "pelo menor tempo possível", uma vez que pode provocar problemas cardíacos graves, hipoglicemia, insuficiência hepática ou renal, distúrbios psiquiátricos e até psoríase.

Sim, também na Itália há alguns médicos e políticos que defendem a hidroxicloroquina, mas esse assunto não é mais debatido em âmbito nacional.

Em março passado, a região do Piemonte decidiu autorizar o uso da hidroxicloroquina e de outros medicamentos para tratamento domiciliar em casos iniciais da doença, desde que um médico receitasse o medicamento, contrariando o parecer da Aifa.

Nenhuma das outras 19 regiões da Itália seguiu o exemplo do Piemonte.

Processo Pfizer

Outro ponto abordado por senadores governistas, especialmente ao justificar a demora de Jair Bolsonaro para comprar a vacina da Biontech/Pfizer, é de que a farmacêutica americana não cumpria seus calendários de entrega.

Se hoje a Pfizer é a maior fornecedora de vacinas para a União Europeia e, por consequência, para a Itália, a relação começou um pouco estremecida.

Em 25 de janeiro, menos de um mês depois do início do programa de imunização italiano, a Advocacia-Geral do Estado informou que entraria com um processo contra a farmacêutica porque as entregas estavam atrasadas, mas a ação nunca se tornou realidade.

Na época, a Pfizer decidira reduzir entre 20% e 30% suas entregas semanais da Cominarty porque estava readequando uma fábrica na Bélgica para poder aumentar a produção. Com isso, houve um atraso na distribuição no fim de janeiro, mas as doses não entregues foram compensadas nas semanas seguintes.

Além disso, segundo revelou o jornal "Il Messaggero", a decisão unilateral de reduzir as entregas durante duas semanas e aumentar depois não constituía uma violação do contrato, que prevê apenas volumes trimestrais.

Se o anúncio sobre o processo fez efeito ou não, não é possível dizer, mas o fato é que a Pfizer compensou os países europeus com cargas maiores a partir de fevereiro e, desde então, vem cumprindo normalmente o cronograma.

A União Europeia inclusive fechou um novo contrato para fornecimento de mais 1,8 bilhão de doses até o fim de 2022 - das mais de 55,3 milhões de doses distribuídas na Itália, 37,4 milhões são da Cominarty.

A situação, porém, é diferente em relação à AstraZeneca, que firmou contrato com o governo brasileiro na metade de 2020.

Nesse caso, a UE entrou com duas ações, representando todos os países do bloco, porque até hoje a empresa não entregou o que havia prometido nos dois primeiros trimestres.

Por conta disso, a Comissão Europeia pediu uma indenização de 10 milhões de euros e o valor de 10 euros para cada dose atrasada.

Outro fator importante é que a cláusula para compra adicional de mais 100 milhões de doses, prevista no primeiro contrato, não foi ativada, e o bloco decidiu não iniciar negociações para a formalização de um novo acordo. .

Ansa - Brasil
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