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O que muda para a população de Gaza com o cessar-fogo?

Mais ajuda e combustível serão imediatamente enviados a Gaza — e haverá o retorno organizado dos 2 milhões de deslocados às suas casas. Na verdade, possivelmente aos escombros que antes eram suas casas, já que diversas áreas foram destruídas ao longo destes 15 meses.

15 jan 2025 - 17h08
(atualizado às 17h48)
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Palestinos reagem às notícias de um acordo de cessar-fogo com Israel, em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza
Palestinos reagem às notícias de um acordo de cessar-fogo com Israel, em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza
Foto: MOHAMMED SABER/EPA-EFE/REX/Shutterstock / BBC News Brasil

Assim que surgiram as primeiras notícias sobre o cessar-fogo entre o Hamas e Israel, palestinos na Faixa de Gaza foram às ruas comemorar o acordo.

Israel e Hamas concordaram em encerrar a guerra em Gaza, que já dura 15 meses.

O acordo foi alcançado após meses de negociações, com o Catar atuando como um dos principais mediadores.

O Hamas atacou o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas e levando 251 reféns para Gaza.

Este ataque desencadeou uma grande ofensiva israelense em Gaza, em que mais de 46 mil palestinos foram mortos, segundo o ministério da saúde administrado pelo Hamas. Mais da metade dos mortos são mulheres e crianças, segundo o ministério.

A expectativa é que Israel liberte cerca de mil prisioneiros palestinos, alguns deles presos há anos, em troca dos 94 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. Desses, acredita-se que 34 estão mortos.

A fase inicial do cessar-fogo deve durar seis semanas e incluirá a liberação de um primeiro grupo de reféns israelenses. Depois de 16 dias, serão discutidos os termos de uma nova etapa de liberação de reféns.

Em discurso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que, nesta primeira fase, os palestinos que precisaram migrar poderão voltar às suas casas ou bairros, e que a assistência humanitária em Gaza aumentará.

Já a fase dois deve incluir as negociações para o fim permanente da guerra, disse Biden. Se as negociações levarem mais de seis semanas, o cessar-fogo continuará, acrescentou.

Na fase três, restos mortais de reféns que faleceram em Gaza serão enviados às suas famílias e um plano de reconstrução de Gaza começará, afirmou o presidente americano — a poucos dias de deixar o cargo, que será assumido por Donald Trump em 20 de janeiro.

O que o acordo significa para Gaza

Cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados.

Na verdade, palestinos vão retornar aos possíveis escombros que antes eram suas casas, já que diversas áreas do território foram destruídos ao longo destes 15 meses.

Por exemplo, o bairro Brasil em Rafah já não existe mais. Israel justificou a destruição desse local defendendo a necessidade de retomar o controle da fronteira com o Egito e de destruir túneis que seriam usados para contrabando de armas e passagem de combatentes palestinos.

Uma questão muito importante para os palestinos é que parte do acordo deve envolver a entrada, através da passagem de Rafah, de 600 caminhões de ajuda por dia. Entre outros itens, eles levarão suprimentos médicos ao território palestino.

Também está previsto o envio de caminhões de combustível para operar o que resta dos hospitais, consertar as estações de energia, reparar o sistema de esgoto e água, e iniciar o processo de busca de soluções para todos os problemas que as pessoas vêm enfrentando há mais de um ano.

Israel também vai retirar seus soldados das áreas mais densamente povoadas de Gaza, deslocando-se para uma zona de amortecimento no lado oriental.

O país cortou o fornecimento de combustível, eletricidade e água para Gaza durante a ofensiva.

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