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O que se sabe sobre a prisão de Nicola Sturgeon, ex-premiê da Escócia

Após oito anos no poder, ela se demitiu do cargo de premiê inesperadamente no início deste ano

11 jun 2023 - 11h27
(atualizado às 12h39)
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Nicola Sturgeon se demitiu do cargo de premiê inesperadamente no início deste ano
Nicola Sturgeon se demitiu do cargo de premiê inesperadamente no início deste ano
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Nicola Sturgeon, ex-primeira-ministra da Escócia, foi presa neste domingo (11/6) em conexão com uma investigação sobre o financiamento e as finanças do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês).

A polícia confirmou que uma mulher de 52 anos foi detida como suspeita e está sendo interrogada.

Um porta-voz de Sturgeon confirmou que ela estava cooperando com a investigação. "Nicola Sturgeon hoje, domingo, 11 de junho, por acordo com a Polícia da Escócia, participou de um processo em que ela seria presa e interrogada em relação à Operação Branchform", disse.

"Nicola sempre disse que cooperaria com a investigação se fosse solicitado e continua a fazê-lo."

Sturgeon se demitiu do cargo de premiê inesperadamente no início deste ano. No final de março, Humza Yousaf foi escolhido como novo líder do SNP e primeiro-ministro.

Até agora não há muitas informações sobre a prisão da ex-premiê. Porém, em 5 de abril, policiais revistaram a casa de Sturgeon e a sede do partido em Edimburgo.

Eles também prenderam seu marido, Peter Murrell, ex-chefe executivo do SNP, que foi libertado posteriormente sem acusações.

Um motorhome de luxo também foi apreendido pela polícia do lado de fora da casa da mãe de Murrell em Dunfermline.

Quase duas semanas depois, o tesoureiro do SNP, Colin Beattie, foi preso e solto sem acusações.

Murrell e Beattie foram tratados como suspeitos e ficaram sob custódia por12 anos, o período máximo previsto por lei para interrogatório enquanto se aguarda novas investigações.

De acordo com a Lei de Justiça Criminal da Escócia de 2016, a polícia pode liberar um suspeito para uma investigação mais aprofundada, mas ele pode ser preso novamente em uma data posterior.

O SNP não quis comentar os eventos deste domingo.

"Essas questões estão sujeitas a uma investigação policial em andamento", disse um porta-voz. "O SNP tem cooperado totalmente com esta investigação e continuará a fazê-lo, no entanto, não é apropriado abordar publicamente quaisquer questões enquanto a investigação ainda estiver ocorrendo."

Nicola Sturgeon serviu como primeira ministra da Escócia por oito anos. Sua renúncia inesperada ocorreu em 15 de fevereiro, soba justificativa de que ela sabia "na minha cabeça e no meu coração" que era o momento certo para renunciar.

Ela é a primeira-ministra mais longeva da Escócia e foi a primeira mulher a ocupar o cargo.

Sturgeon insistiu que sua renúncia não foi uma resposta ao "último período de pressão", que incluiu controvérsias sobre reformas de gênero, prisioneiros trans e um referendo sobre a independência escocesa.

No entanto, um mês depois de seu último dia no cargo, em 28 de março, a investigação sobre as finanças do SNP - que começou há quase dois anos - veio à tona.

A apuração analisa denúncias relacionadas a mais de 600 mil libras (R$ 3,7 milhões) doados ao SNP por ativistas.

O dinheiro foi arrecadado depois que o partido tentou arrecadar fundos para uma futura campanha para realização do referendo e a Polícia da Escócia lançou a Operação Branchform para examinar o que aconteceu com o dinheiro.

As prestações de conta posteriores do partido mostraram que ele tinha pouco menos de 97 mim libras no banco no final de 2019 e um total de ativos líquidos de cerca de 272 mil libras.

No ano passado, uma nova informação foi divulgada, indicando que Murrell concedeu um empréstimo de mais de 100 mil libras ao SNP para ajudar o partido com um problema de "fluxo de caixa" após a última eleição.

O SNP pagou cerca de metade do empréstimo até outubro daquele ano, mas ainda deve dinheiro a Murrell - embora não tenha dito quanto.

* Esta matéria está em atualização

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