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O que se sabe sobre ataque contra campo de refugiados que deixou mortos na Faixa de Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou, na sexta-feira (3/11), os apelos para uma interrupção temporária no conflito com o Hamas.

5 nov 2023 - 16h27
(atualizado às 17h00)
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Palestinos afirmam que mísseis lançados por Israel atingiram um campo de refugiados na Faixa de Gaza
Palestinos afirmam que mísseis lançados por Israel atingiram um campo de refugiados na Faixa de Gaza
Foto: BBC News Brasil

O Ministério da Saúde controlado pelo Hamas afirma que pelo menos 45 pessoas foram mortas no que considerou ter sido um ataque aéreo israelense ao campo de refugiados de Al-Maghazi, na Faixa de Gaza.

Os militares de Israel dizem que estão investigando se estavam realizando alguma operação na região naquele momento.

O pequeno campo está superlotado com pessoas que fogem dos bombardeios mais ao norte.

Equipes de resgate se esforçam para encontrar aqueles que ainda estão desaparecidos. Estima-se que mais de 100 pessoas estavam no local no momento do bombardeio.

O chefe do hospital Al-Aqsa, de Gaza, disse que 52 pessoas morreram na explosão na noite de sábado (4/11), um pouco mais do que o número divulgado pelo Ministério da Saúde.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou, na sexta-feira (3/11), os apelos para uma interrupção temporária no conflito com o Hamas.

Durante um discurso televisionado, Netanyahu disse que não concordaria com isso até que os reféns capturados pelo Hamas durante o ataque a Israel em 7 de outubro sejam libertados.

Os moradores têm cavado os escombros com as próprias mãos, através de camadas de cimento, na tentativa de retirar pessoas presas.

O fotojornalista Muhammad Al-Alul perdeu a esposa dele e quatro de seus cinco filhos no ataque. Ele estava trabalhando em outro lugar quando a explosão aconteceu.

"Não pensei que meus filhos pudessem estar enterrados sob os escombros", disse ele à BBC.

Pessoas usam as próprias mãos para retirar escombros e tentar salvar pessoas presas após ataque
Pessoas usam as próprias mãos para retirar escombros e tentar salvar pessoas presas após ataque
Foto: BBC News Brasil

"Eu gostaria de ter estado com eles e ter sido morto com eles."

A BBC pediu aos militares de Israel que comentassem o incidente. Embora ainda não tenha havido resposta oficial, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) disse à BBC que não conseguiu confirmar se o campo foi atingido por um ataque aéreo israelense.

Em entrevista ao Newshour, do Serviço Mundial da BBC, o tenente-coronel Peter Lerner acrescentou que quaisquer ataques ocorridos no sul de Gaza foram "específicos e baseados em inteligência contra elementos terroristas".

Lerner disse que isso não significa que "infelizmente não possa haver mortes".

O campo de Al-Maghazi fica na área para onde Israel aconselhou que as pessoas do norte de Gaza fossem para ficar em segurança enquanto continuam a campanha para destruir o Hamas, em retaliação aos ataques de 7 de outubro a Israel.

Contudo, os ataques aéreos no sul não pararam.

"Não há lugar seguro em Gaza", disse à BBC Muhammad, um oficial da defesa civil que correu para o local do ataque de sábado para ajudar.

"Eles pedem aos palestinos irem para o sul, mas os matam em todos os lugares - nas estradas, nas escolas onde as pessoas estão abrigadas e até nos hospitais".

O número de mortos em Gaza desde 7 de outubro agora passa dos 9.700, segundo o Ministério da Saúde gerido pelo Hamas.

Mais de 1.400 pessoas foram mortas nos ataques do Hamas a Israel e mais de 200 pessoas foram feitas reféns.

Cessar-fogo

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que um cessar-fogo israelense em Gaza permitiria que o Hamas se reagrupasse e realizasse novos ataques.

Mas acrescentou que Israel tem de tomar "todas as medidas possíveis" para evitar a morte de vítimas civis no enclave.

Blinken fez os comentários no sábado, na Jordânia, depois de se reunir com líderes árabes que querem a suspensão imediata dos combates.

Eles acusaram Israel de cometer crimes de guerra.

"Não aceitamos que seja uma autodefesa", disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, em entrevista coletiva com Blinken após as negociações, que também envolveram Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos e Egito.

Os EUA continuam apoiando o direito de Israel de se defender contra o Hamas.

Safadi descreveu o conflito como uma "guerra violenta que está matando civis, destruindo as suas casas, os seus hospitais, as suas escolas, as suas mesquitas e as suas igrejas".

"Não pode ser justificado sob nenhum pretexto e não trará segurança a Israel, não trará paz à região".

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