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O temor que a China 'se feche' em meio à repressão e ao nacionalismo

O sentimento nacionalista chinês tem crescido nos últimos anos, principalmente no contexto da crescente concorrência com os EUA

3 out 2023 - 14h22
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Quando a contadora Cai Yutong, de 29 anos, sacou seu iPhone 13 em um Starbucks nos arredores de Xangai, China, sua colega sentada à sua frente se aproximou. "Você sabe, eles estão lançando um novo telefone Huawei, certo?" ela perguntou, segundo Cai, que narrou o episódio à Al Jazeera.

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Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

A Huawei é uma empresa gigante da indústria de telecomunicações e eletrônicos de consumo da China e uma grande produtora de smartphones.

Antes que Cai pudesse responder à pergunta, sua colega tirou um celular Huawei de sua bolsa. "Acho que para apoiar totalmente a China contra a América, todos nós precisamos mudar para a Huawei o mais rápido possível", disse ela e apontou para o iPhone de Cai, antes de tomar um gole de seu café Starbucks.

"Seu nacionalismo não chegou tão longe quanto o café americano na outra mão", disse Cai à Al Jazeera alguns dias depois. A Starbucks foi fundada na cidade de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos.

Cai vê o incidente como sintomático de um novo nacionalismo consumista entre os cidadãos chineses, ansiosos por defender os gigantes nacionais sobre os rivais estrangeiros.

Huawei e Apple lançaram recentemente novos modelos em suas coleções de smartphones com poucos dias de diferença. O novo smartphone Huawei contém microchips avançados produzidos internamente e é uma fonte de orgulho tecnológico nacionalista na China.

E enquanto milhares de consumidores chineses ainda faziam fila do lado de fora das lojas da Apple na manhã de 22 de setembro para estar entre os primeiros a comprar o iPhone 15, a gigante da tecnologia com sede na Califórnia se viu cada vez mais alvo de um reflexo da rivalidade latente entre os EUA. e China.

Em setembro, foi relatado que autoridades chinesas e funcionários do governo estavam sendo proibidos de usar iPhones - o que foi posteriormente negado pelo Ministério das Relações Exteriores.

Enquanto isso, uma foto de um funcionário da Apple no site da Apple gerou furor, pois se dizia que reforçava os estereótipos racistas sobre o povo chinês - mais tarde descobriu-se que era a fotografia de um funcionário que era nativo americano - e o popular ator chinês Liu Jin gravou a si mesmo jogando seu iPhone no chão em frente a uma loja da Apple porque estava chateado com o atendimento ao cliente que recebeu.

"A situação do iPhone se transformou em uma vitrine para o nacionalismo chinês", disse Yao-Yuan Yeh, professor de estudos internacionais com foco em Taiwan, China e Japão na Universidade de St Thomas, nos Estados Unidos, à Al Jazeera.

Segundo o professor, o nacionalismo tem aumentado na China nos últimos anos, especialmente no contexto da crescente concorrência da China com os EUA.

*A reportagem completa você encontra no site da AlJazeera.com

Perfil Brasil
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