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Obama anuncia que Chelsea Manning será libertada em maio

Ex-soldado estava em última lista de comutação do presidente

17 jan 2017 - 19h59
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Após especulações, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, realmente irá comutar a pena de Chelsea Manning, a ex-soldado transgênero condenada a 35 anos de prisão por ter vazado milhares de documentos sigilosos do governo norte-americano ao site Wikileaks. Segundo a mídia norte-americana, Manning será libertada no dia 17 de maio ao invés de sair da prisão em 2045.

Chelsea Manning
Chelsea Manning
Foto: Reuters

Na semana passada, o portal NBC News, citando fonte do Departamento de Justiça dos EUA, que não quis se identificar, já havia dito que a ex-soldado poderia estar na última lista de comutação do mandatário, que já realizou mais "atos de clemência" nos seus dois mandatos que os últimos nove presidentes norte-americanos.

Em 2013, Manning pediu pela primeira vez o perdão ou a comutação da sua pena a Obama, na tentativa de diminuir o seu tempo de encarceramento. A prisioneira, que entregou mais de 700 mil documentos sigilosos dos Estados Unidos ao Wikileaks, já tinha enviado uma carta ao democrata, assinada pelo advogado David Coombs, junto a um pedido da Anistia Internacional (AI).

Até aquela época, Obama já havia recebido 1.496 pedidos de indulto e 8.313 de penas alternativas a Manning. No mês passado, em dezembro, mais de 100 mil pessoas assinaram uma petição para que a sentença de Manning fosse comutada. Organizações norte-americanas, como a American Civil Liberties Union e outras ONGs LGBT, também apoiam abertamente a causa.

O pedido de clemência também foi feito por Edward Snowden, o ex-analista de sistemas da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), que foi responsável por vazar milhões de documentos sigilosos de espionagem do governo norte-americano à imprensa. "Senhor presidente, se você conceder um único ato de clemência antes de sair da Casa Branca, por favor: liberte Chelsea Manning. Você sozinho pode salvar a vida dela", disse Snowden no seu Twitter nesta quarta-feira, dia 12.

Manning se declarou culpada das declarações em 2010, pediu desculpas no tribunal pelos danos que suas ações causaram à população norte-americana e ao país e já cumpriu seis anos da sua pena, o que a ajudariam a receber a comutação. Além disso, a ex-soldado também tentou se suicidar duas vezes no último ano e fez uma greve de fome ao terem recusado que ela fizesse a cirurgia de transição de sexo. Em setembro do ano passado no entanto, Manning conseguiu o aval do Exército para a cirurgia.

Já o Twitter do Wikileaks, site que publica informações sigilosas sobre o governo norte-americano, enviou uma mensagem que seu fundador, Julian Assange, se extraditaria para os EUA se Manning tivesse sua pena comutada. "Se Obama conceder a Manning clemência, Assange concordará com a extradição para os EUA mesmo que seja inconstitucional por parte do DOJ [Departamento de Justiça do país]", afirmou o tweet.

O australiano está desde 2012 na embaixada do Equador em Londres, onde pediu asilo diplomático para evitar que fosse extraditado para a Suécia, onde é acusado de agressão sexual. Mais de uma vez, Assange comentou que seu real medo é, que se voltar para a Suécia, será extraditado logo em seguida para os Estados Unidos, onde é acusado de ter publicado milhares de documentos sigilosos do Exército norte-americano no Wikileaks, que foram vazados por Manning. 

Fonte: ANSA
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