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Obama fala sobre caso Floyd e pede 'mudanças reais' nos EUA

Ex-presidente também disse que acredita nos jovens negros

4 jun 2020 - 07h47
(atualizado às 08h08)
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O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama fez um pronunciamento virtual na noite desta quarta-feira (03) sobre a morte de George Floyd e pediu que o momento seja usado para conquistar "mudanças reais" na sociedade.

Obama voltou a se manifestar sobre a morte de George Floyd e o racismo nos EUA
Obama voltou a se manifestar sobre a morte de George Floyd e o racismo nos EUA
Foto: ANSA / Ansa

"Por mais trágicas que as últimas semanas tenham sido, por mais difíceis, assustadoras e incertas que tenham sido, este tempo também nos dá uma oportunidade incrível para que as pessoas acordem para essas questões", ressaltou.

Entre os pedidos, Obama fez um apelo para que os prefeitos "revejam o uso da força policial e façam as mudanças necessárias" nas abordagens dos agentes e lembrou que durante o tempo em que ficou no cargo de presidente, um relatório sobre o uso excessivo da força foi criado. "Mas, depois disso, não houve empenho o bastante" para colocá-lo em prática, destacou.

O pedido aos prefeitos vem do fato que nos Estados Unidos são eles quem gerenciam as forças policiais, diferentemente do Brasil. O ex-mandatário, no entanto, elogiou aqueles policiais que nos últimos dias mostraram que são bem treinados ao lidar com as manifestações em todo o país.

Obama ainda lembrou que, diferente dos anos 1960, quando o movimento negro foi às ruas pedir por igualdade de direitos civis, "hoje há uma ampla colisão, uma maior consciência dessas iniquidades" e o movimento mostra o "envolvimento de jovens que tem poder e talento para mudar as coisas".

"Quero falar diretamente aos jovens homens e às jovens mulheres de cor nesse país. Quero que vocês saibam que vocês importam. Quero que vocês saibam que as suas vidas importam, que os seus sonhos importam", ressaltou.

Sem citar os casos especificamente, o ex-presidente fez uma alusão às recentes notícias veiculadas na mídia de atos de racismo cometidos em diversas cidades norte-americanas. "Vocês devem ser capazes de aprender, cometer erros, viver uma vida de alegria sem se preocupar com o que vai acontecer se você for em uma loja, sair para fazer uma corrida, se estiver dirigindo pelas ruas ou observando pássaros no parque", pontuou.

O democrata ainda pediu que toda essa força vista nos protestos pelo país seja usada também de outra forma, "colocando as pessoas no poder desconfortáveis e depois indo votar". Os Estados Unidos decidem seu presidente no fim deste ano e as pesquisas de opinião mostram que o ex-vice-presidente Joe Biden, que foi o vice de Obama, tem uma leve vantagem nas intenções de voto - de 2% a 6% - sobre o atual presidente, Donald Trump.

A morte de George Floyd pelo policial branco Derek Chauvin no dia 25 de maio causou uma onda de protestos por todo o país desde então e o ato se espalhou pelo mundo. Chauvin está preso e os três agentes que estavam na mesma ação também vão responder pelo crime. Todos foram demitidos no mesmo dia em que as imagens da morte de Floyd foram tornadas públicas.

Ansa - Brasil
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