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Oceania

Médicos australianos transplantam corações sem batimento

Três pessoas receberam este tipo de transplante. Duas se recuperam com normalidade e uma permanece na unidade de terapia intensiva

24 out 2014 - 07h12
(atualizado às 14h56)
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Os transplantes de corações já sem batimento, aparentemente, deram certo em três pacientes (mas, um deles está na UTI)
Os transplantes de corações já sem batimento, aparentemente, deram certo em três pacientes (mas, um deles está na UTI)
Foto: The Mirror / Reprodução

Médicos do Hospital Saint Vincent's de Sydney anunciaram nesta sexta-feira que conseguiram transplantar corações que haviam deixado de bater, um avanço que pode revolucionar o mundo da doação de órgãos.

Até agora, os médicos utilizavam apenas corações que permaneciam com batimentos, procedentes de doadores com morte cerebral, mas cirurgiões do Hospital Saint Vicent's conseguiram desenvolver uma técnica para "ressuscitar" órgãos que estavam parados por até 20 minutos.

"Sabíamos que durante um certo tempo o coração pode ser reanimado, assim como outros órgãos, e agora tivemos a capacidade de reanimá-lo com uma máquina para depois realizar o transplante", explicou à AFP o cirurgião Kumud Dhital, professor associado da Universidade de New South Wales de Sydney.

A nova técnica consiste em transferir o coração do doador a uma máquina portátil, na qual o órgão é mantido em uma solução de conservação, ressuscitado e permanece aquecido até o transplante.

Jan Damen, 44 anos, e a esposa sorriem, após ele receber o novo coração
Jan Damen, 44 anos, e a esposa sorriem, após ele receber o novo coração
Foto: The Mirror / Reprodução

O diretor médico da unidade de transplantes de coração do Saint Vicent's, Peter MacDonald, explicou que "o uso de corações doados após a morte circulatória do paciente aumentará consideravelmente a disponibilidade destes órgãos para a realização de transplantes.

"É um grande avanço para reduzir a escassez de órgãos doados", completou.

Até o momento, três pessoas receberam este tipo de transplante. Duas se recuperam com normalidade e uma permanece na unidade de terapia intensiva.

Michelle Gribilas e Jan Damen, os dois primeiros pacientes submetidos à nova técnica, estão satisfeitos com o resultado. "Agora eu sou uma pessoa completamente diferente. Eu sinto que tenho 40 anos. Tenho muita sorte", disse Michelle, de 57 anos.

Dhital se mostrou otimista a respeito da técnica. "Eu me atreveria a dizer que nos próximos cinco anos veremos mais e mais transplantes com o novo método", afirmou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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