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Oceania

Partido WikiLeaks racha na Austrália; Assange admite culpa

22 ago 2013 - 10h40
(atualizado às 11h02)
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Assange afirma que pesquisas indicam que ele deve ser eleito senador na Austrália
Assange afirma que pesquisas indicam que ele deve ser eleito senador na Austrália
Foto: AP

Os planos eleitorais de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, ficaram ameaçados na quinta-feira devido à deserção da principal companheira de chapa dele para a eleição australiana de 7 de setembro.

Leslie Cannold deixou a disputa alegando problemas na organização partidária. Assange, que está há mais de um ano refugiado na embaixada do Equador em Londres, admitiu ser o responsável pela crise partidária, por ter deixado a organização em segundo plano para se dedicar a auxiliar o fugitivo norte-americano Edward Snowden.

Assange, um australiano de 41 anos, comanda o WikiLeaks, grupo que se dedica a combater o sigilo de instituições governamentais e corporativas. Ele está refugiado na embaixada para evitar ser extraditado da Grã-Bretanha para a Suécia, onde é suspeito de crimes sexuais.

Assange se diz vítima de uma perseguição dos EUA, cujo governo ficou incomodado com a divulgação pelo WikiLeaks de milhares de comunicados diplomáticos secretos.

O WikiLeaks é o principal apoiador de Snowden, um ex-técnico de inteligência que recebeu asilo na Rússia depois de revelar programas secretos de espionagem dos governos dos EUA e da Grã-Bretanha.

Falando na quinta-feira a uma TV australiana, Assange disse que há dois meses decidiu se dedicar prioritariamente à situação de Snowden, que corria o risco de ser deportado para os EUA para responder por acusações de espionagem.

"Admito e aceito plena responsabilidade pela excessiva delegação de funções para o partido australiano, enquanto eu tentava tomar conta dessa situação... tentando salvar a vida de um jovem".

Assange institui o WikiLeaks como um partido na Austrália e disputa uma vaga no Senado com uma plataforma de defesa da transparência da informação e de proteção dos direitos humanos.

As pesquisas mostram que seu partido dificilmente conseguirá 17 por cento dos votos, o que seria necessário para conseguir uma vaga no Senado.

Caso isso ocorra, Assange precisará voltar à Austrália para tomar posse, ou então entregar a vaga ao segundo nome da lista do seu partido.

Mas Cannold, que ocupava esse posto, deixou a disputa afirmando que o WikiLeaks é antidemocrático, e que outros candidatos também deveriam acompanhá-la.

A principal queixa dela diz respeito a uma espécie de aliança feita pelo WikiLeaks com dois partidos de ultradireita em dois Estados australianos. Pelo complexo sistema eleitoral do país, um partido que não consiga eleger senadores pode direcionar seus votos para outras agremiações que sejam consideradas politicamente afins.

Muitos militantes do WikiLeaks gostariam que a preferência dos seus votos fosse direcionada para o Partido Verde.

O Partido WikiLeaks disse que rediscutiria seus acordos partidários, mas o prazo para a definição das preferências já foi encerrado, e o nome de Cannold também não poderá mais ser retirado da cédula.

Asange disse que Cannold não discutiu suas preocupações com ele antes de abandonar a disputa.

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