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Oceania

"Somos um só", diz premiê da Nova Zelândia em Christchurch

Jacinda Ardern e mais 20 mil pessoas se reuniram nesta sexta (22) e realizaram orações para as 50 vítimas do atentado da semana passada

22 mar 2019 - 10h39
(atualizado às 11h30)
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A convocação dos muçulmanos para orações ecoou por toda a cidade de Christchurch e pela Nova Zelândia nesta sexta-feira, quando milhares se reuniram para lembrar as 50 pessoas mortas por um atirador em duas mesquitas do país uma semana atrás.

A primeira-ministra, Jacinda Ardern, se uniu a cerca de 20 mil pessoas reunidas sem alarde no Parque Hagley, que fica diante da mesquita Al Noor, onde a maioria das vítimas foi morta durante as orações de sexta-feira na semana passada.

Premiê da Nova Zelândia, Jacinda Jacinda Ardern, durante orações muçulmanas de sexta-feira em Christchurch
22/03/2019
REUTERS/Jorge Silva
Premiê da Nova Zelândia, Jacinda Jacinda Ardern, durante orações muçulmanas de sexta-feira em Christchurch 22/03/2019 REUTERS/Jorge Silva
Foto: Reuters

"A Nova Zelândia chora com vocês. "Somos um só", disse ela, em um discurso curto seguido por dois minutos de silêncio.

Jacinda, que denunciou o ataque a tiros como um ato de terrorismo, anunciou uma proibição de todos os fuzis de assalto armas semiautomáticas na Nova Zelândia.

O país está em estado de alerta elevado desde o ataque, e nesta sexta-feira a polícia disse que está investigando uma ameaça feita a Jacinda no Twitter.

O New Zealand Herald noticiou que uma postagem de Twitter com uma foto de uma arma e a legenda "Você é a próxima" foi enviada à premiê. A Reuters não conseguiu verificar a informação de maneira independente. A reportagem disse que a conta foi suspensa.

O australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, suposto supremacista branco autor do ataque, recebeu uma acusação de assassinato após o ataque em Christchurch e foi mantido sob custódia sem se pronunciar.

Ele deve voltar ao tribunal em 5 de abril, quando deve receber outras acusações, segundo a polícia.

A maioria das vítimas do pior ataque a tiros da história da Nova Zelândia era de imigrantes ou refugiados de países como Paquistão, Índia, Malásia, Indonésia, Turquia, Somália, Afeganistão e Bangladesh.

"Estamos com o coração partido, mas não acabados. Estamos vivos, estamos juntos, estamos determinados a não deixar ninguém nos dividir", disse o imã Gamal Fouda às pessoas reunidas na mesquita Al Noor, muitas usando lenços de cabeça em apoio à comunidade muçulmana enlutada.

"Às famílias das vítimas: seus entes queridos não morreram em vão. Seu sangue regou as sementes da esperança", disse ele nas orações transmitidas nacionalmente.

Dezenas de milhares de pessoas prestaram suas homenagens em todo o país, algumas formando cordões humanos diante de mesquitas. Outras rezaram em silêncio em escolas, cafés e até escritórios.

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