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OMS: Será preciso alterar estilo de vida até fim da pandemia

Diretor do programa de emergências, Michael Ryan defendeu alterações significativas até haver vacina e tratamentos comprovadamente eficazes contra o coronavírus

8 mai 2020 - 13h44
(atualizado às 14h04)
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O diretor do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou nesta sexta-feira, 8, que há um caminho para o fim da pandemia, mas que é preciso continuar vigilante e adotar mudanças no modo de viver até lá. As declarações foram dadas no dia em que se completam 40 anos da erradicação da varíola - uma das doenças mais mortais da humanidade - e as autoridades da OMS lembraram que a atuação conjunta dos países na época deve servir de exemplo na luta contra a covid-19.

Trânsito de veículos na Avenida 23 de Maio, zona sul de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 08, durante o período de quarentena em vigor no estado em razão da pandemia de coronavírus.
Trânsito de veículos na Avenida 23 de Maio, zona sul de São Paulo, na manhã desta sexta-feira, 08, durante o período de quarentena em vigor no estado em razão da pandemia de coronavírus.
Foto: FÁBIO VIEIRA/FOTORUA / Estadão Conteúdo

"Precisaremos ter alterações significativas no nosso estilo de vida até o ponto de termos uma vacina e tratamentos. E isso não é de todo ruim", afirmou Ryan. "Vimos benefícios para o meio ambiente e para a nossa conexão com outras pessoas. É um grande desafio, mas alguns países que saem do lockdown podem ofrecer esperança para outros".

Ryan comentou que é preciso que os países tenham solidariedade, transfiram recursos materiais e ajudem uns aos outros. "Com solidariedade vamos vencer essa batalha, ninguém está a salvo enquanto todos não estiverem salvos".

As autoridades da OMS destacaram o trabalho coordenado da entidade e dos países-membos para erradicar a varióla, a primeira e única doença humana a ser erradicada globalmente. Ela existiu por mais de 3 mil anos e matou 300 milhões de pessoas apenas no século 20.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, lembrou que essa história, a maior vitória da saúde pública do mundo, deve inspirar na luta contra a pandemia do coronavírus, que já contaminou mais de 3,7 milhões de pessoas.

Ele lembrou que o principal fator responsável para erradicar a varíola não foi apenas uma vacina, mas sim a solidariedade que permitiu sua distribuição e aplicação nos anos 1960 e 1970. Na época, durante a Guerra Fria, União Soviética e Estados Unidos se uniram para combater o vírus. "Eles reconheceram que o vírus não respeita fronteiras nem ideologias. Essa mesma solidariedade, construída na unidade nacional, é necessária agora mais do que nunca para combater a covid-19".

A OMS também reafirmou os objetivos estratégicos de seu plano de resposta à covid-19: mobilizar todos os setores e comunidades, controlar casos esporádicos e de grupos, isolando-os rapidamente, acabar com a transmissão comunitária com prevenção, controle de infecções e distanciamento físico, reduzir a mortalidade e desenvolver vacinas e medicamentos seguros e eficazes.

Estadão
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