OMS suspende testes com hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quarta-feira que os testes com o medicamento hidroxicloroquina em seu grande estudo de tratamentos para pacientes com Covid-19 em vários países foi interrompido, após os resultados de outros estudos não mostrarem benefício do medicamento contra malária para tratar a doença respiratória provocada pelo coronavírus.
A especialista da OMS Ana Maria Henao-Restrepo disse que os pesquisadores que lideram o chamado Estudo de Solidariedade que testam a droga - promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelo presidente Jair Bolsonaro - revisaram evidências recentes e decidiram parar de recrutar novos pacientes.
"Após deliberação, eles concluíram que a seção de testes de hidroxicloroquina será interrompida do estudo", afirmou Henao-Restrepo a jornalistas.
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a OMS disse que a decisão se baseou em evidências do próprio estudo, bem como de um estudo liderado pelo Reino Unido apontando que o medicamento não ajudou pacientes com Covid-19 e de uma revisão de outras evidências sobre a hidroxicloroquina.
Os dados desses estudos "mostraram que a hidroxicloroquina não resulta na redução da mortalidade de pacientes hospitalizados com Covid-19", segundo a OMS.
O comunicado informou que os pesquisadores não adicionariam mais pacientes ao teste da hidroxicloroquina.
"Os pacientes que já iniciaram a hidroxicloroquina, mas que ainda não concluíram o curso no estudo, podem concluir o curso ou parar, a critério do médico supervisor".
A Food and Drug Administration dos EUA revogou na segunda-feira a autorização para uso de emergência da hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19, afirmando que não era mais razoável acreditar que a hidroxicloroquina e a droga relacionada cloroquina seriam eficazes no tratamento da doença.