ONG acha corpos de mulher e menino no mar e acusa Líbia
Entidade espanhola também culpou política migratória da Itália
A ONG espanhola ProActiva Open Arms acusou nesta terça-feira (17) a Líbia de deixar uma mulher e uma criança morrerem afogados no Mar Mediterrâneo.
Segundo a denúncia, a Guarda Costeira do país africano interceptou uma embarcação com 158 pessoas, mas a afundou após duas mulheres e o menino terem se recusado a subir nos barcos de patrulha.
No Twitter, a ONG postou fotos do resgate de uma das imigrantes e dos corpos das vítimas. "Quando chegamos, encontramos uma das mulheres ainda viva, mas infelizmente não pudemos fazer nada pela outra mulher e pelo menino", disse o fundador da Open Arms, Oscar Camps.
A entidade ainda afirma que as mortes são "consequência direta" da política da Itália de fechar os portos do país para ONGs que operam no Mediterrâneo. "Denunciamos a omissão de socorro em águas internacionais e o abandono de uma pessoa viva e dos cadáveres de um menino e uma mulher pela suposta Guarda Costeira líbia, legitimada pela Itália", acusa a Open Arms.
A Guarda Costeira do país africano foi treinada e equipada por Roma, e o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, afirma que os resgates no Mediterrâneo devem ser feitos pelas autoridades de Trípoli. Segundo fontes da pasta, a versão difundida pela ONG espanhola é uma "notícia falsa".
A Itália vem endurecendo suas políticas migratórias desde a posse do novo governo, em 1º de junho, fruto de uma aliança entre o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga, partido liderado por Salvini.