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ONU alerta sobre retrocesso nos direitos das mulheres

A cada ano, 50 mil mulheres morrem no mundo por causa de um aborto inseguro e outras 5 milhões sofrem lesões graves por falta de serviços reprodutivos

6 mar 2015 - 09h48
(atualizado às 16h00)
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A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta sexta-feira sobre o retrocesso que estão sofrendo as liberdades fundamentais das mulheres em muitos lugares do mundo.

Por causa do Dia Internacional da Mulher, comemorado no próximo domingo, o Grupo de Especialistas sobre a Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW, em sua sigla em inglês) advertiu sobre o perigo de que os os avanços conquistados durante anos de luta pela igualdade se percam.

"Os progressos e as conquistas durante os últimos cem anos na luta pela igualdade das mulheres estão sob constante ameaça", afirmou a CEDAW em comunicado.

"Estamos vendo sinais repressivos, frequentemente em nome da cultura, da religião, das tradições, que ameaçam o duro progresso alcançado".

"Estamos vendo tentativas de restringir o lugar da mulher à esfera doméstica, e apesar da importância da família, sua proteção não pode estar em detrimento do direito das mulheres à autonomia", acrescentou a CEDAW.

Os especialistas lembraram que a discriminação contra as mulheres persiste em todas as esferas, a pública, a privada, em tempos de guerra, em tempos de paz, e em todas as regiões do mundo.

"Continuamos sendo testemunhas de inimagináveis formas de violência no nome da honra, da beleza, da pureza, da religião e da tradição", disseram.

A cada ano, 50 mil mulheres morrem no mundo por causa de um aborto inseguro e outras 5 milhões sofrem lesões graves por falta de serviços reprodutivos.

A ONU lembrou ainda que a participação política das mulheres continua sendo muito baixa, dado que só representam 20% dos parlamentares do mundo, e 17% dos chefes de Estado e de governo.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, expressou "a necessidade urgente de que as mulheres participem das discussões sobre as respostas estratégicas sobre a violência extremista, a discriminação, e o resto de privações".

Para isso, pediu aos Estados "que vão em frente com as declarações de intenções e desmantelem realmente as estruturas e dinâmicas de poder que perpetuam a discriminação contra as mulheres".

"Em todo os lugares é possível fazer mais para garantir e sustentar os direitos das mulheres, seu acesso ao emprego, à saúde e sua capacidade de tomar o controle sobre as decisões que afetam cada dimensão de sua existência", concluiu Zeid.

"Lembrando os compromissos adotados há 20 anos na Plataforma de Pequim, a comunidade internacional deve introduzir medidas para proteger as mulheres deslocadas pela violência e exploração, e oferecê-las meios de subsistência levando em conta sua educação e suas habilidades", solicitou William Lacy Swing, diretor-geral da OIM.

Cabe lembrar que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou que, no ritmo atual, sem uma ação dirigida, a igualdade salarial entre sexos não será alcançada em, pelo menos, 71 anos.

EFE   
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